Nós devemos concordar que tudo que valoriza um imóvel é bem-vindo, não é mesmo? Neste sentido, uma ótima alternativa para incrementar a rentabilidade das construções é o Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal.
Este foi o primeiro sistema de classificação para projetos habitacionais sustentáveis oferecido no País, criado em 2009 com a participação de três universidades: a Escola Politécnica da USP, Universidade Federal de São Carlos e Universidade Estadual de Campinas.
“É uma iniciativa da Caixa para reconhecer essas boas práticas e incentivar que a gente tenha cada vez mais habitações sustentáveis”, diz a gerente executiva de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental da CEF, Mara Luísa Alvim Motta.
O selo funciona em três modalidades: ouro, prata e bronze. Para receber a classificação em uma delas, o empreendimento precisa cumprir requisitos obrigatórios e opcionais.
No total, são 53 critérios divididos em 6 categorias:
- Qualidade Urbana
- Projeto e Conforto
- Eficiência Energética
- Conservação de Recursos Materiais
- Gestão da Água
- Práticas Sociais.
Eu vou explicar melhor para você, é muito fácil de entender.
Pressão pela sustentabilidade na Construção Civil
Como você bem sabe, a construção civil é uma das atividades econômicas que mais consome materiais, água e energia. Também tem amplas repercussões sociais, pela grande quantidade de mão-de -obra empregada e pelos impactos das obras nas áreas onde são erguidas.
Além disso, a competitividade do mercado exige mais qualidade e redução de custos. Completa o quadro, a preocupação da opinião pública com os impactos ambientais.
Todos esses elementos pressionam muito o setor a avançar na sua sustentabilidade, do projeto ao pós-venda. Neste sentido, a certificação é um prêmio que agrega valor ao empreendimento, qualquer que seja o seu porte.
Banco voltado para o financiamento habitacional
Uma diferença do Selo em relação a outros certificados é que a CEF não é uma agência certificadora, mas uma instituição voltada para o financiamento habitacional, como o Programa Minha Casa Minha Vida.
Um dos seus objetivos é definir parâmetros claros de sustentabilidade para as construções que a própria Caixa financia.
A CEF espera não apenas diminuir os impactos ambientais e sociais da construção civil, como ainda reduzir os custos de manutenção dos imóveis para seus usuários. Também visa promover a consciência de empreendedores e moradores sobre as vantagens das construções sustentáveis. Entre elas:
Para os empreendedores:
- Utilização do Selo na comercialização como um diferencial de venda;
- Classificação socioambiental com o melhor custo-benefício;
- Aumento da satisfação dos clientes com as características do produto e benefícios econômicos;
- Redução da nas taxas de juros nos financiamentos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Para os moradores:
- Habitações adequadas às necessidades atuais e futuras
- Redução do custo de manutenção e adaptação da habitação
Antes de prosseguir, vou apresentar a você uma ótima dica: o nosso Guia do Programa Minha Casa Minha Vida para Construtores, para você baixar gratuitamente.
Agora vou lhe mostrar algo muito importante: como se candidatar a essa certificação.
Quem pode receber o Selo Azul da Caixa
O Selo Casa Azul se aplica a todos os tipos de projetos de empreendimentos habitacionais apresentados à Caixa para financiamento ou nos programas de repasse.
Podem se candidatar as empresas construtoras, o poder público, empresas públicas de habitação, cooperativas, associações e entidades representantes de movimentos sociais.
O método da Caixa para concessão do Selo consiste em verificar, durante a análise de viabilidade técnica do empreendimento, o atendimento aos critérios estabelecidos pelo certificado.
Como se inscrever
O primeiro passo é apresentar o projeto para análise de financiamento da Caixa, juntamente com toda a documentação e informações técnicas que comprovem o preenchimento dos requisitos do selo.
Como pré-requisitos, é indispensável que o projeto apresente:
- Atendimento à legislação vigente quanto ao parcelamento do solo, Plano Diretor, código de obras, regularização fundiária, ambiental e outras;
- Regularidade com normas de trabalho, saúde e segurança;
- Projetos aprovados pelos órgãos competentes;
- Licenças ambientais;
- Avaliação ambiental de terrenos com suspeita de contaminação.
Atenção para a madeira legal e acessibilidade
Além disso, todos os projetos candidatos ao Selo devem atender às regras da Ação Madeira Legal e apresentar, até o final da obra, o Documento de Origem Florestal (DOF). Também apresentar a declaração informando o volume, as espécies e a destinação final das madeiras utilizadas.
Em relação à acessibilidade, o projeto deve atender à NBR 9050 e ao percentual mínimo de unidades habitacionais adaptadas, conforme legislação municipal ou estadual. No caso de ausência de legislação específica, os empreendimentos devem contemplar 3% de unidades habitacionais adaptadas, no mínimo.
Ao especificar os serviços e materiais previstos para a construção, o proponente deve atender às normas técnicas vigentes, sempre que houver norma da ABNT específica sobre o assunto.
Projetos devem cumprir 19 itens obrigatórios
Após a aprovação do projeto, a Caixa informa a graduação do selo alcançada e, no ato da contratação, emite o atestado de concessão do selo. A CEF verifica o atendimento dos critérios durante as medições de obra e visitas específicas ao canteiro.
Veja agora como se faz a classificação dos projetos.
Para receber o Selo Casa Azul, o empreendimento deve obedecer a 19 critérios obrigatórios, no mínimo.
De acordo com o número de critérios opcionais atendidos, o projeto ganha o selo nível bronze, prata ou ouro:
- Bronze: atende aos 19 itens obrigatórios;
- Prata: atende aos 19 itens obrigatórios e mais 6 opcionais;
- Ouro: atende aos 19 itens obrigatórios e mais 12 opcionais, pelo menos.
São avaliados impactos na área da obra
No item qualidade urbana, por exemplo, o empreendimento deve considerar todos os impactos que a construção vai causar e receber na área, em um raio de 2,5 quilômetros ao redor da obra.
É preciso observar ruídos excessivos de rodovias ou aeroportos, bem como a vinda de indústrias. Também a disponibilidade de equipamentos e serviços importantes como posto de saúde, escola, transporte público, lazer e comércio.
Se você pensou em economia de água e eficiência energética está certo!
Estes também são itens importantes que contam na avaliação dos projetos.
Veja abaixo a tabela completa com todos os critérios levados em conta:
Projeto pioneiro é de Joinville
Agora vou apresentar a você o projeto pioneiro nessa certificação.
O Residencial Bonelli, da Rôgga Empreendimentos, em Joinville, foi a primeira edificação no País a receber o Selo Casa Azul, em 2011.
O imóvel possui 45 unidades habitacionais, onde tem bicicletário, local para coleta de materiais recicláveis, áreas de lazer e áreas verdes. Dispõe de economizadores de água e energia, além da redução e controle da qualidade dos materiais construtivos durante a obra.
Quanto à infraestrutura, o projeto está próximo da malha urbana, serviços essenciais, áreas de lazer e comércio e outros. O projeto atendeu aos requisitos para o desempenho térmico da edificação, observando a orientação solar e direção dos ventos.
Também cumpriu os requisitos de paisagismo e áreas permeáveis no terreno, além da educação ambiental dos trabalhadores e moradores, entre outros itens. No total, o projeto atendeu a 32 critérios da certificação.
Para saber mais, no link você pode conhecer o guia completo do Selo Casa Azul. Confira também as mudanças que aconteceram em alguns critérios.
Você vai gostar de saber que o custo de inscrição para o Selo é muito acessível.
Taxa de análise técnica e trabalho social
É cobrada uma taxa na entrega da documentação para cobertura dos custos de análise técnica de engenharia e trabalho social, conforme a fórmula abaixo:
- Taxa = 40,00 + 7 (n-1) limitada a R$ 328,00, sendo n = n.º de unidades.
Taxa de Vistoria Extra
- Não são cobradas taxas de vistorias extras específicas para verificação de atendimento aos critérios do Selo.
- A taxa de análise não é devolvida nos casos de desistência e não obtenção do Selo por inadequação do projeto.
- Não são cobradas taxas na reanálise no caso de substituição dos projetos, desde que a substituição ocorra dentro do período de 1 ano.
Usuários aprovam
Já são muito os projetos reconhecidos com essa certificação no País. E tudo indica que os seus usuários aprovam o programa.
Uma pesquisa realizada pela Caixa com os moradores do Residencial Bonelli concluiu que, para eles, não há problema em pagar mais por um empreendimento sustentável. Eles estariam dispostos, inclusive, a investir até 7% a mais por um imóvel com certificado de sustentabilidade, disse a pesquisa.
Um custo que é diluído na economia com água e energia que se consegue nos empreendimentos com essa característica. Sem contar a satisfação de estar contribuindo para o equilíbrio ambiental.
Então, gostou dessas informações? Deixe seu comentário e compartilhe com seus amigos, eles vão gostar também.