5 principais erros em cronograma físico financeiro de uma obra

Gabriela Torres

Escrito por Gabriela Torres

16 de fevereiro 2024| 12 min. de leitura

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5 principais erros em cronograma físico financeiro de uma obra

O cronograma físico financeiro de uma obra representa uma das ferramentas mais cruciais na gestão de projetos de Construção Civil. Ele não apenas delineia a sequência de atividades necessárias para a conclusão de um projeto, mas também associa os custos envolvidos, garantindo uma visão clara do fluxo de caixa ao longo da execução da obra. 

No entanto, mesmo com sua importância incontestável, a elaboração de um cronograma físico financeiro está sujeita a erros que podem comprometer seriamente a execução e o sucesso de um projeto de construção. Estes equívocos variam desde estimativas imprecisas de custos e durações, passando pela falta de integração entre as etapas físicas e financeiras, até a negligência de fatores externos que podem afetar o andamento da obra.

Neste artigo, discutiremos os 5 principais erros em cronograma físico financeiro de uma obra, oferecendo insights valiosos para os profissionais do setor. Nosso objetivo é não apenas destacar as armadilhas comuns, mas também fornecer orientações práticas para evitá-las, garantindo que seu projeto seja entregue dentro do prazo e orçamento previstos, sem comprometer a qualidade ou segurança.

O que é um cronograma físico financeiro de uma obra

A gestão eficaz de um projeto de construção civil depende fundamentalmente da integração entre o planejamento físico e financeiro. O cronograma físico financeiro de uma obra é essa ferramenta integrativa, essencial para o sucesso do empreendimento. Vamos destrinchar este conceito em partes, compreendendo primeiro o cronograma físico, seguido pelo financeiro, e finalmente a integração dos dois no cronograma físico financeiro.

Cronograma Físico

O cronograma físico é a espinha dorsal do planejamento de uma obra, detalhando o avanço esperado das atividades construtivas. Ele é elaborado após a definição do escopo do projeto, uma negociação entre as partes contratante e contratada, e se baseia nas fases de trabalho já estabelecidas, com um detalhamento da frequência de execução, geralmente semanal.

Este cronograma é fundamentado em dados e experiências de projetos similares, considerando a duração dessas obras para estimar o tempo necessário para cada atividade. A precisão na definição dos prazos é vital para a elaboração eficaz do cronograma. Conforme o projeto avança, ajustes no cronograma são inevitáveis, resultando em uma comparação entre o que foi realizado e o que estava planejado, permitindo avaliar o progresso e a eficiência do planejamento.

Cronograma Financeiro

O cronograma financeiro, por sua vez, foca nos aspectos monetários do projeto. Ele prevê os custos associados ao andamento do projeto, sendo também elaborado durante a fase de planejamento. Baseia-se, sobretudo, no orçamento de custos do empreendimento, com as atividades já definidas e os custos levantados, planejando assim a alocação dos recursos necessários para a execução das etapas.

A observação da coerência entre o planejamento financeiro e os desembolsos reais é fundamental. Uma boa concordância entre eles indica que o cronograma financeiro foi bem elaborado. Caso contrário, medidas corretivas devem ser adotadas rapidamente para evitar impactos financeiros adversos.

Cronograma Físico Financeiro

A fusão dessas duas vertentes resulta no cronograma físico financeiro, um instrumento que combina o avanço físico com os custos incorridos até o momento. Esta integração permite um controle de custos mais efetivo, identificando desvios orçamentários antes que se tornem críticos e possibilitando ações corretivas em tempo hábil.

Além disso, esse cronograma otimiza a alocação de recursos, como mão de obra, materiais e equipamentos, evitando o aumento de custos por ineficiências ou alocações inadequadas. A capacidade de antecipar problemas e ajustar o planejamento conforme necessário não só economiza recursos, mas também ajuda a manter o projeto no caminho certo, tanto em termos físicos quanto financeiros.

Em resumo, o cronograma físico financeiro é uma ferramenta indispensável para o gerenciamento eficiente de projetos de construção civil, permitindo aos gestores um controle rigoroso sobre o avanço da obra e sua saúde financeira, facilitando a tomada de decisões estratégicas e a implementação de medidas corretivas quando necessário.

Cronograma físico-financeiro de obra exemplo

Para criar um cronograma físico-financeiro de obra eficaz, imagine um projeto de construção de um pequeno edifício residencial. O primeiro passo é dividir a obra em etapas físicas, como preparação do terreno, fundação, estrutura, alvenaria, instalações, acabamento e entrega. 

Para cada etapa, estima-se o tempo necessário para sua conclusão, com base em experiências anteriores ou padrões do setor, organizando estas etapas em uma sequência lógica e temporal, geralmente em uma escala semanal.

Paralelamente, elabora-se o planejamento financeiro, iniciando com a elaboração de um orçamento detalhado que inclui todos os custos associados a cada fase do projeto, como materiais, mão de obra, equipamentos e despesas administrativas. Por exemplo, na etapa de fundação, calcula-se o custo do concreto, da mão de obra especializada e do aluguel de equipamentos necessários.

Integrando os dois aspectos, o cronograma físico-financeiro é desenvolvido, mapeando o custo previsto de cada etapa ao longo do tempo. Utiliza-se, por exemplo, uma planilha ou um software de gerenciamento de projetos para visualizar o avanço físico previsto ao lado do fluxo de caixa esperado, semana a semana. Isso permite identificar em que momentos os gastos serão mais elevados e planejar o financiamento do projeto de acordo.

Ao avançar na obra, compara-se o progresso real com o planejado, ajustando o cronograma conforme necessário. Se a etapa de alvenaria estiver adiantada, mas com custos superiores aos previstos, o gestor pode intervir rapidamente, revisando contratos ou otimizando recursos, garantindo assim que o projeto permaneça dentro do prazo e orçamento estabelecidos.

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5 principais erros em cronograma físico financeiro de uma obra

A elaboração de um cronograma físico financeiro é uma tarefa complexa, que exige atenção e precisão dos profissionais envolvidos. Apesar de sua importância fundamental na gestão de projetos de construção civil, erros comuns podem ocorrer, afetando negativamente o andamento e a conclusão das obras. 

Identificar e entender esses erros é crucial para evitar atrasos, estouros de orçamento e outros problemas que podem comprometer o sucesso do projeto. Por este motivo, a seguir, destacamos os cinco principais erros que gestores e equipes de projeto devem evitar ao criar e gerenciar o cronograma físico financeiro de uma obra.

1. Subestimação dos custos

Um dos erros mais comuns é a subestimação dos custos associados às diversas fases do projeto. Isso pode ocorrer por falta de uma análise detalhada das necessidades de materiais, mão de obra e equipamentos, ou por não considerar custos indiretos e imprevistos. Tal subestimação leva a um planejamento financeiro irrealista, resultando em desvios significativos entre o orçado e o realizado, o que pode gerar a necessidade de ajustes emergenciais no orçamento.

2. Falha no acompanhamento do cronograma

Não monitorar devidamente o progresso físico e financeiro da obra conforme estabelecido no cronograma é outro erro crítico. A falta de um acompanhamento sistemático impede a detecção precoce de desvios, atrasos e sobreposições de atividades, dificultando a implementação de correções em tempo hábil. Essa falha compromete a eficácia do controle de custos e do gerenciamento de tempo do projeto.

3. Ignorar a flexibilidade do projeto

Desconsiderar a necessidade de flexibilidade no cronograma, não prevendo margens para atrasos ou imprevistos, é um erro que pode levar a ajustes drásticos e custosos. Projetos de construção estão sujeitos a variáveis incontroláveis, como condições climáticas adversas, falhas de fornecedores ou alterações no escopo. Não ter um plano contingencial ou uma flexibilidade embutida no cronograma aumenta o risco de descompassos e interrupções.

4. Comunicação ineficaz

A falha na comunicação entre os envolvidos no projeto (equipe de gestão, trabalhadores, fornecedores e clientes) pode resultar em mal-entendidos e erros na execução das tarefas. Uma comunicação ineficaz impede que informações cruciais sobre o andamento físico e financeiro da obra sejam compartilhadas de maneira adequada, afetando a coordenação e a capacidade de resposta às mudanças.

5. Desconsideração de riscos no planejamento

Não incorporar uma análise de riscos adequada no cronograma físico financeiro é um erro significativo. A omissão de possíveis riscos e a falta de preparação para enfrentá-los podem levar a surpresas desagradáveis, que impactarão o cronograma e o orçamento. Identificar, avaliar e planejar a mitigação de riscos desde o início do projeto são etapas essenciais para garantir a sua execução suave e dentro das expectativas.

Como evitar estes erros?

Os desafios enfrentados na elaboração e gestão de um cronograma físico financeiro de uma obra podem ser significativamente atenuados com a adoção de tecnologias avançadas, especialmente as plataformas de gestão de obras. 

Ferramentas como o Sienge, por exemplo, transformam a maneira como as empresas conduzem seus projetos, oferecendo uma solução dinâmica, completa e transparente que conecta empresas e pessoas, empoderando gestores e equipes de projeto.

A utilização de uma boa plataforma de gestão de obras permite o monitoramento preciso dos custos e do progresso físico do projeto em tempo real. Isso facilita a detecção e correção de desvios de orçamento e prazo antes que se tornem problemas maiores, ajudando a evitar a subestimação dos custos e falhas no acompanhamento do cronograma. 

Além disso, tais plataformas promovem a flexibilidade no gerenciamento de projetos, permitindo ajustes rápidos no cronograma, considerando imprevistos e atrasos. Isso é essencial para manter o projeto dentro do escopo, prazo e orçamento previstos, mesmo diante de condições adversas ou mudanças no escopo do projeto.