Maquete: o que é e para que serve?

Maquete: o que é e para que serve?

*Atualizado em 19/09/2023*

Com forte apelo visual, uma maquete está profundamente associada à arquitetura e à geografia.

Afinal, são cópias fiéis em escala reduzida de um projeto de arquitetura, de uma peça de design, da topografia de um terreno etc.

No mercado imobiliário, essas miniaturas também se tornaram peças fundamentais para vender imóveis.

Quer saber mais sobre isso? Continue no texto a seguir e saiba mais!

Por que construir maquetes?

Uma maquete pode ser construída por diferentes motivos. Mas a principal aplicação delas é servir para apresentação e divulgação de empreendimentos e de projetos de planejamento urbano.

maquete urbana

Essas miniaturas tornaram-se peças-chave para alavancar as vendas em estandes. É por meio delas que os possíveis compradores conseguem visualizar o volume do prédio, os detalhes da fachada, sua implantação e o entorno.

Não custa lembrar que consumidores leigos geralmente têm muita dificuldade para compreender plantas, cortes e perspectivas técnicas.

Uma maquete bem construída, portanto, resolve esse problema ao permitir o domínio visual de todo um conjunto espacial.

Além disso, por se tratar de um modelo tridimensional, o modelo cria uma interação única entre quem visualiza e o objeto observado.

E tem outra vantagem:  quando a maquete é confeccionada exatamente de acordo com os desenhos, pode evidenciar eventuais incompatibilidades não identificadas durante a elaboração do projeto. Ou seja, elas podem auxiliar o arquiteto, a construtora e o paisagista a aperfeiçoar o projeto que ainda não foi construído.

maquete de prédios

Tipos de maquetes

As maquetes estão presentes na história da humanidade desde a antiguidade. Naquela época, no entanto, elas estavam mais ligadas às instalações militares defensivas.

Os egípcios, por exemplo, utilizavam essas reproduções para reconhecimento de territórios.

Os vikings, por sua vez, captavam informações de espiões para reproduzir, em miniatura, as áreas a serem atacadas no território inimigo.

Desde então, esses modelos evoluíram muito, sobretudo com o desenvolvimento de ferramentas de corte mais precisas. Com isso, as maquetes puderam se tornar cada vez mais realistas.

Hoje, elas podem ser organizadas em três grupos principais:

  • Topográficas: nesse grupo enquadram-se os modelos de terreno, de paisagem e de jardim, como na foto acima.
  • De edificação: são as miniaturas de edifícios e de interiores, por exemplo.
  • Específicas: são os modelos de design, de móveis e objetos.

No vídeo abaixo você pode conferir três erros que estudantes de arquitetura cometem ao produzir suas maquetes.

Maquetes físicas

Os tipos de maquetes mais tradicionais são as físicas, feitas muito antes da invenção do computador e dos modelos virtuais. 

Embora haja um crescimento notável das maquetes tridimensionais, os modelos físicos ainda estão longe de serem extintos. Por serem muito impactantes, são muito utilizados em estandes de vendas de imóveis.

Entre as maquetes físicas, é possível encontrar as voltadas ao desenvolvimento imobiliário e as arquitetônicas.

As maquetes imobiliárias, como o nome indica, são produzidas com foco em estimular as vendas de empreendimentos. Por isso mesmo, são confeccionadas de modo a valorizar os principais atributos do empreendimento.

Já as maquetes arquitetônicas apresentam estudos de volumetria, iluminação e urbanização sem se preocupar com os acabamentos de fachada. Essas peças costumam ser fabricadas para a participação em concursos.maquete eletrônicas

Maquetes 3D ou eletrônicas

As maquetes eletrônicas são produzidas de modo mais breve e econômico, em comparação às físicas. Elas podem ser vistas em papel (impressas como imagens) ou na tela de um dispositivo eletrônico.

Cada vez mais utilizadas, consistem na criação de ambientes virtuais simulando a realidade e permitindo uma visualização prévia dos projetos antes mesmo da sua execução.

Em outras palavras, têm um papel muito importante para o cliente final, que se sente mais seguro ao visualizar claramente aquilo que ele está comprando.

O avanço da tecnologia permite aos usuários fazer uma navegação virtual por meio de um filme e navegação interativa.

Alguns programas e plug-ins populares para a produção de maquetes eletrônicas são:

  • Sketchup
  • Blender
  • Kerkythea
  • V-Ray
  • 3D Studio Max
  • Archicad
  • SimLab

A depender da exigência, pode ser preciso utilizar mais de um software na confecção do modelo virtual.

maquete 3d

Como fazer uma maquete?

Independente de sua tipologia, a maquete precisa retratar o objeto do modo mais realista possível.

Para tanto, os maquetistas utilizam como referência principal o projeto ou o pré-projeto de arquitetura e de paisagismo.

No caso dos modelos físicos, os profissionais também podem se aproveitar de uma ampla variedade de materiais, com destaque para poliestireno, policarbonato, poliuretano, fibras, metais, madeira e cartão.

Da mesma maneira, os maquetistas também podem se valer de variadas técnicas, das mais artesanais às mais industriais.

Mais recentemente, alguns maquetistas começaram a utilizar as impressoras 3D. Embora ainda não gerem maquetes inteiras, essas máquinas são capazes de produzir peças menores como brinquedos, balaústres, colunas e toldos, agilizando o trabalho.

O vídeo abaixo fala mais sobre as aplicações das impressoras 3D na construção de maquetes. Não deixe de ver.

Custos envolvidos

A quantidade de detalhes, o tipo de material utilizado e as dimensões de trabalho são definidos de acordo com o objetivo ou finalidade da maquete.

Esses fatores também impactam diretamente no custo da maquete física. Há modelos, por exemplo, que contemplam iluminação acionada por botão, enquanto outros podem ser automatizados e conter touch screen.

De modo geral, maquetes para apresentações profissionais ou exposições comemorativas são feitas com material mais resistente, de melhor qualidade e impacto visual, com o máximo de detalhamento. Alguns modelos de alto padrão chegam a custar R$ 250 mil.

Em contrapartida, as maquetes de estudo geralmente são feitas com materiais mais fáceis de manusear, e em geral, de custo mais acessível.

Alguns maquetistas, por experiência, costumam adotar escalas-padrão conforme o tamanho do edifício. No entanto, é preciso considerar, na hora de definir a dimensão ideal da maquete, o espaço disponível para expor a peça.

A escolha da escala, aliás, é decisiva para determinar o nível de detalhamento e o espaço que poderá ser visto.

O vídeo a seguir fala sobre as aplicações e tecnologias utilizadas na produção de maquetes. Confira!

Softwares para a produção de maquete eletrônica

Se você fizer uma busca rápida pela internet verá que há uma série de soluções que auxiliam em como fazer uma maquete eletrônica.

Elas podem ser classificadas em três grupos, em especial:

  1. Softwares para criação de modelos 3D. Exemplos: Archicad, Revit, SketchUp etc.
  2. Programas de animação e renderização como Lumion 3D, Maya, Kerkythea etc.
  3. Ferramentas para finalização: Photoshop, Premiere, FinalCut, entre outros.

Mas, diante de tantas alternativas, qual escolher?

Antes de iniciar o desenvolvimento de maquetes eletrônicas é preciso selecionar os programas mais adequados para essa tarefa. Podemos dizer que essa é a base da maquete.

Nesse momento é necessário verificar qual é o nível de detalhe e a expectativa quanto ao resultado final esperado para a maquete eletrônica em questão.

Além disso, é necessário, também, definir a finalidade da maquete eletrônica. Ou seja, ela deverá gerar animação? Ou será usada em folders? É preciso definir, ainda, se incluirá recursos interativos.

Outra dica importante sobre como fazer maquete. Ao escolher um software para a produção de maquetes eletrônicas, leve em conta a facilidade de aprendizado, o custo de licença e os recursos oferecidos.

De modo geral, os profissionais trabalham com mais de um software (com recursos complementares) para a produção de maquetes eletrônicas.

Conheça a seguir mais detalhes sobre as ferramentas para produção de maquetes eletrônicas mais populares no mercado:

SketchUp

Dedicado à produção de modelagens em 3D, o SketchUp faz parte da rotina da maioria dos escritórios de arquitetura. Você sabe por qual motivo?

Esse software permite criar, mudar e compartilhar maquetes em 3D aplicando cores, sombras e diversos outros efeitos de iluminação.

Um ponto forte é ele ser oferecido em diferentes versões, da gratuita (mais simples) à paga, que permite, entre outros recursos, compactar o arquivo em AutoCad e Adobe Illustrator.

O programa geralmente é utilizado junto com renderizadores para tornar as imagens ainda mais fotográficas.

No vídeo abaixo você pode conferir um tutorial para a criação de uma maquete com o SketchUp. Não deixe de conferir!

3ds Max

Outro software com presença importante nos escritórios de arquitetura é o 3ds MAX. Esse programa é capaz de gerar imagens bastante realistas e é relativamente fácil de manipular.

Fornecido sob licença paga, o 3ds Max traz algumas possibilidades. Dentre elas, como fazer uma maquete eletrônica em 3D e incorporar recursos sofisticados de texturas e efeitos de luz.

O software é compatível com a maioria dos renderizadores, criando visuais impressionantes.

Quer saber mais sobre as diferenças entre o SketchUp e o 3ds Max? Então veja neste vídeo um comparativo bem objetivo entre as duas ferramentas.

Blender

Em um artigo sobre os programas mais populares para a criação de maquetes digitais, não podemos deixar de citar o Blender.

Indicado para profissionais mais experientes por causa da alta complexidade de uso, esse software tem como principal virtude o seu código aberto e ser gratuito.

Mas não é só isso. Além de fazer modelagens de desenhos em 3D, ele também realiza a renderização de imagens, animações 3D e games. Ou seja, é bastante completo.

No vídeo a seguir você pode conferir um tutorial sobre como desenvolver uma maquete eletrônica com o Blender.

Revit

Maquetes eletrônicas também podem ser elaboradas com o Revit, o famoso software BIM para arquitetura, urbanismo, engenharia e design.

O programa de modelagem 3D possui várias ferramentas para criar a renderização do modelo com um bom nível de qualidade. No entanto, pode exigir a inclusão de plantas e objetos para humanizar e melhorar as vistas internas e externas.

Além disso, em função da necessidade, o Revit pode ser combinado a outro software de renderização. Alguns exemplos nesse sentido são o Lumion 3D, que apresentaremos  a seguir, e o Artlantis.

Ferramentas complementares para maquetes 3D

Maquetes virtuais demandam um grau de realismo mínimo para que possam ser compreendidas pelo público leigo.

Para chegar a esse resultado, é preciso lançar mão de uma série de ferramentas extras. Estas, quando usadas em complementação aos programas de modelagem, produzem resultados excelentes.

exemplo de projeto do Lumion 3D

Um deles é o Lumion 3D. Esse plugin permite texturizar, iluminar e inserir objetos (mobiliário, vegetação, carros, pessoas etc.), entre outros recursos avançados.

Trata-se de uma solução para finalização dos projetos que permite, além da criação de imagens, produzir vídeos.

Importante: o Lumion 3D possui suporte a importação de modelos de vários outros programas como SketchUp, Revit e o 3ds MAX.

Outra solução acessível e completa é o V-Ray. Este renderizador transforma modelos tridimensionais em imagens mais realistas.

O V-Ray é especialmente indicado para trabalhar com recursos de iluminação e é capaz de dar realismo à retração de objetos como vidros e espelhos. Assim como o Lumion 3D, o V-Ray também pode ser utilizado com SketchUp, 3ds Max, Blender, Revit, entre outros programas,

Nesse vídeo você pode conferir três animações interessantes desenvolvidas no SketchUp e que foram renderizadas no V-Ray e no Lumion.

Outro renderizador que vale ser citado é o Kerkythea, na maior parte das vezes utilizado em combinação ao SketchUp.

De interface simples e com licença gratuita, essa ferramenta é capaz de gerar imagens realistas, especialmente por conta de seus recursos para controlar os efeitos de luz.

Comentários finais

Ao longo desse texto, você viu que as maquetes são peças fundamentais para a comercialização dos empreendimentos. Dependendo do cuidado como são feitas e do objeto retratado, elas também podem se transformar em verdadeiras peças de arte.

Nos últimos anos, novas soluções tecnológicas vêm impulsionando o uso dos modelos virtuais, que surgem como uma alternativa mais econômica às maquetes físicas.

Esse, aliás, será tema de um outro post. A ideia é detalhar os principais softwares utilizados para a produção desses modelos 3D. Não perca!

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