O que podemos aprender com mulheres que assumiram seu protagonismo e construíram histórias de valor na Indústria da Construção?

Grasiele Hoffmann

Escrito por Grasiele Hoffmann

18 de abril 2023| 10 min. de leitura

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Não é novidade para ninguém que a Indústria da Construção é um dos setores mais dominados por homens no mundo. Contudo, as estatísticas mostram que a cada dia que passa, mais e mais mulheres estão ingressando nesta área e conquistando seu devido espaço.

Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostraram que a parcela de mulheres que trabalham na construção civil é a mais alta das últimas duas décadas.

De acordo com o senso, entre os anos de 2007 e 2018, houve um crescimento de 120% no número de mulheres trabalhando no setor da construção. Entre 2018 e 2021 este aumento foi na ordem de 23%.

As notícias são ótimas e mostram que a mudança pela igualdade de gênero em termos de oportunidades na construção está só começando. Existe um longo caminho pela frente, mas que com as ações certas, conseguiremos alcançar.

Mulheres na Construção

Essas desbravadoras possuem vários títulos, desde engenheiras a diretoras executivas. Quer estejam na obra usando um capacete, mantendo as coisas organizadas no front office ou administrando um negócio, elas agregam valor a qualquer local de trabalho.

Juntas, elas estão quebrando as barreiras de gênero e trazendo uma nova perspectiva de trabalho mais equânime para a indústria da construção. Sabemos que ainda há muito caminho a percorrer, mas cada avanço merece ser comemorado.

Com pequenas ações, é possível mudar o cenário histórico de um setor profissional liderado majoritariamente por homens. Através de eventos e oportunidades muito simples de serem implementados, é possível colaborar para a mudança, abrindo as portas para o público feminino ingressar.

Ações que fazem a diferença

A fim de homenagear as mulheres incríveis que trabalham na Indústria da Construção, o Sienge Comunidade apoiou e realizou dois encontros presenciais recentemente: um em Florianópolis e outro em São Paulo. Em comemoração ao Mês das Mulheres, os encontros promoveram uma troca riquíssima de incentivo e conhecimento.

O encontro em Florianópolis, foi promovido pela Dimas Construções com o apoio do Sienge Comunidade, e reuniu, no SPOTMARKT MALL do Córrego Grande, aproximadamente 40 mulheres extraordinárias em uma noite de muita conexão e boa conversa.

liderança feminina na construção
A temática deste encontro “Inspirar para empoderar” foi muito bem conduzida e explorada por cinco grandes nomes do mercado: Maria Natalia Villagran de Dios, Gerente de obras, e a Renata Rios, Gerente Comercial, da Dimas Construções; Kalindi Duarte Souza, fundadora da Engrena BIM; Vanessa Tobias, do Instituto Vanessa Tobias, nossa convidada especial; e, Gabriela Torres, Gerente de Inteligência Estratégica no Sienge/Softplan, mediadora do bate-papo.

Temas do evento

liderança feminina na construção

As cinco tiveram a oportunidade de falar um pouco sobre sua trajetória profissional, compartilhar algumas experiências marcantes e inspiradoras e dar dicas valiosas para quem busca o sucesso profissional e espaço em novas posições nesta Indústria.

Com este foco no avanço das mulheres e em elevar estas vozes femininas, fazendo com que sejam cada vez mais ouvidas e reconhecidas por toda sua capacidade de trabalho e contribuições para o setor, o Sienge Comunidade realizou outro evento incrível em São Paulo.

Evento Sienge Comunidade em SP

Mais uma vez, reunimos lideranças femininas da Indústria da Construção da região. Na primeira parte da manhã a Gabriela Torres junto com a Marcia Codecco – CEO na Vistta|S Consultoria, a Sabrina Ribeiro – Diretora de Operação da Cury Construtora e a Cíntia Boldrin Gimenez – Gerente de Suprimentos da Pacaembu Construtora falaram sobre “Como liderar a si mesmo, liderar pessoas e liderar o trabalho”.

liderança feminina na construção

Elas iniciaram a conversa falando sobre autoliderança, ou seja, como elas perceberam que levavam jeito para liderar, quais características suas acabaram se destacando enquanto líder e quais elas nem imaginavam que fossem adquirir tal importância neste novo posto.

E por que começamos com este assunto? Porque liderar os outros requer liderar a si mesmo. E liderar a si mesmo começa por conhecer a si mesmo.

A ideia era sensibilizar os presentes de que a verdadeira liderança só pode acontecer quando permitimos que nossa própria autenticidade apareça, sem esquecer que nossa autenticidade está no centro de nossa força como líder.

Quando conhecemos a nós mesmos permitimos que essa autenticidade ganhe forma e floresça. Logo, começar por este tópico era essencial para seguir para os próximos.

O segundo ponto abordado no bate-papo tem a ver com uma das maiores responsabilidades de um líder e, também, o seu legado mais gratificante: como criar uma cultura em que os colaboradores se sintam valorizados, capacitados e motivados para resolver problemas, fazer bem o seu trabalho e ajudar o negócio a prosperar.

Mais sobre o evento

Neste momento foram compartilhadas algumas boas práticas utilizadas por elas para promover um ambiente de confiança e psicologicamente seguro, capaz de unir um grupo (muitas vezes diverso com pessoas de mentalidade independente) em torno de um propósito.

Em seus relatos, ficou claro que esta não é uma tarefa fácil, mas também ficou perceptível que ela pode ser muito gratificante quando se percebe que se tem uma equipe unida e engajada, focada na missão.

Por fim, no terceiro tópico elas puderam falar um pouco sobre como se mantem sempre a frente das mudanças do mercado e quais estratégias utilizam para gerenciar e lidar com a pressão em um segmento historicamente machista. Foi uma aula sobre liderança feminina que atraiu olhares admirados que ouviam com atenção cada palavra.

Elas deixaram bem claro o papel crítico que elas e suas antecessores desempenham na remoção das barreiras e na motivação de uma nova geração de líderes da construção.

Elas estão aí para mostrar que lugar de mulher é onde elas quiserem e que a construção não é só para homens. Embora as mudanças sejam lentas, elas são constantes. Estamos otimistas de que veremos resultados ainda melhores no próximo ano.

Depois de uma pausa para o café, onde rolou muita conversa boa e networking, a Juliana Costa – Gerente de Recursos Humanos da Construtora Fonseca & Mercadante – deu continuidade ao encontro falando um pouco mais sobre a autoconsciência para uma liderança forte.

Neste bate-papo ela pode dar algumas dicas valiosas sobre como desenvolver a inteligência emocional para liderar de maneira muita mais gratificante em uma indústria majoritariamente masculina.

Como mudar este cenário

liderança feminina na construção

Foi uma manhã emocionante, de muita entrega e conexão. Eventos assim só corroboram a máxima de que “ninguém cresce sozinho”!

O ser humano é, por natureza, um ser social, que tem uma necessidade natural de buscar a constante troca de conhecimento, emoções e energias. E o Sienge Comunidade está comprometido com isso.

As mulheres compõem hoje grande parte da força de trabalho no mundo e aos poucos elas vêm conquistando seu espaço e posições de destaque, liderando diferentes áreas e negócios e desafiando os estereótipos para provar seu valor.

Elas precisam ser vistas e reconhecidas por seus feitos e por toda sua bagagem de conhecimento. Elas precisam se apoiar mais, enxergar e admirar umas às outras constantemente e mais do que isso, o apoio também precisa vir dos líderes masculinos.

Uma mulher sozinha tem poder, mulheres juntas têm impacto e quando os homens as apoiam, multiplicamos a nossa força, e todos se beneficiam!

Importância de eventos como este

Eventos com debates femininos sobre mulheres na construção são extremamente importantes para aumentar a representatividade feminina em uma área historicamente dominada por homens.

Fornecem uma plataforma para que as mulheres na construção possam se conectar, compartilhar experiências e ideias, discutir desafios específicos que enfrentam e buscar soluções para esses desafios.

Além disso, eventos assim podem ajudar a aumentar a conscientização sobre a importância da diversidade e inclusão na indústria da construção, não apenas em termos de equidade de gênero, mas também em termos de diversidade de origem étnica, cultural e socioeconômica.

Isso pode ajudar a promover mudanças culturais dentro da indústria e incentivar mais mulheres a considerar carreiras na construção.

Por fim, através de encontros como os que vimos acima, é possível fornecer oportunidades para a educação e o desenvolvimento profissional, através de  palestras, oficinas e treinamentos sobre temas relevantes para a indústria e para as mulheres em particular.

Isso pode ajudar a aumentar a capacitação das mulheres na construção e torná-las mais competitivas no mercado de trabalho.

E aí, vamos juntos nessa?