Construsummit 2018: casas modulares e o fim da alvenaria

Bruno Moreira

Escrito por Bruno Moreira

26 de dezembro 2018| 6 min. de leitura

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Construsummit 2018: casas modulares e o fim da alvenaria

 

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Ele é especialista em construções em alvenaria e sua empresa trabalha preponderantemente com edificações desse tipo. No entanto, o diretor técnico da Inovatec Consultores e CEO da Cubicon, Jonas Medeiros, está cansado desse método tradicional de construir. Foi sobre isso que ele falou no Construsummit 2018.

“No País, 99% dos prédios são feitos de alvenaria. Fazemos a melhor alvenaria do mundo porque boa parte do mundo não usa mais essa técnica. Assim fica muito fácil ser o melhor”, brinca.

Mas por trás da brincadeira há um questionamento bastante sério. Por que o País continua construindo com estruturas moldadas no local, utilizando argamassa e empilhando tijolos? Segundo Medeiros, a razão principal é o mais puro desconhecimento. Para ele, a engenharia civil brasileira, de modo geral, não tem conhecimento de que existem outras maneiras de construir.

Este foi o mote da palestra A revolução modular: Por que precisamos mudar o modo como construímos edifícios, que ele apresentou no Construsummit 2018.

Novas formas de construir

Medeiros afirma que cada vez mais pensa em outros conceitos de construção, com foco em industrialização. E as razões são muitas. Uma delas é que a demanda por edificar com mais rapidez vem gerando uma série de problemas para quem trabalha com alvenaria. Logo, isso tem ocasionado uma baixa na qualidade de construções desse tipo.

Além disso, trata-se de um método que exige a utilização de mais trabalhadores e materiais. Por consequência, torna a obra mais cara. Mais que isso, faz com que haja mais circulação no canteiro de obras. O resultado é desorganização.

Mesmo melhorando a alvenaria, há vários problemas que não se consegue resolver, afirma ele. Dentre eles, a enorme produção de resíduos e o desperdício. “Cerca de 69% da argamassa produzida em uma obra é jogada fora”, diz.

Medeiros questiona até quando a indústria da construção no Brasil vai utilizar soluções construtivas tradicionais. Ou seja, com baixos índices de produtividade e essencialmente dependentes de mão de obra.

 

Para ele, a construção civil no País está muito defasada em relação ao mundo mesmo que algumas partes da edificação já sejam industrializadas. Dentre os exemplos ele cita o sistema de fachadas ventiladas, que reduz consumo de ar-condicionado e é autolimpante. Ainda assim, ele afirma ser é necessário mudar a tecnologia da construção como um todo.

Inspiração oriental

A inspiração de Medeiros veio do Japão. Mais especificamente, do banheiro japonês. “A maioria das casas japonesas são pré-fabricadas e quem não mora em uma delas quer morar”, diz o diretor técnico. Ele destaca que, em 2017, 200 mil habitações desse tipo foram entregues pela empresa líder de mercado no Japão.

O motivo do sucesso dessa empresa não é o prazo de entrega menor do que dos métodos convencionais. Apenas 3% dos clientes apontam esse como o motivo principal para a escolha por uma casa pré-fabricada.

O real motivo, apontado por 78% dos clientes, é a confiabilidade do sistema.

Assim, algumas características do mercado japonês de construção pré-fabricada são:

  • Real envolvimento dos clientes no projeto;
  • Investimento privado em Pesquisa & Desenvolvimento;
  • Moradias customizadas, duráveis, de alta qualidade e segurança.

Tudo isso pelo mesmo custo de casas convencionais, que antes eram feitas no modelo “scrap and build”.

 

Casas modulares

As casas pré-fabricadas japonesas são módulos 3D, com chassi metálico. E são todos pequenos. Afinal, precisam entrar em ruas pequenas. Logo, a junção dos módulos é feita no canteiro.

No entanto, diz Medeiros, existem outras formas de trabalhar com modelos pré-fabricados. Como exemplo ele cita o uso de pequenos componentes, sistemas de painel com plug in. “Todos são modulares, pré-fabricados e rompem totalmente com o sistema convencional de construção. Cada país precisa desenvolver seu próprio modelo, mas o modelo japonês precisa servir de inspiração”, conclui.

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