Simulação de cenários: o que é e para que serve?

Guilherme Losekann

Escrito por Guilherme Losekann

20 de dezembro 2023| 12 min. de leitura

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Simulação de cenários: o que é e para que serve?

A simulação de cenários é uma estratégica ferramenta capaz de reduzir problemas na gestão de empresas por meio da previsibilidade de diferentes possibilidades. Assim, é possível criar alternativas para evitar problemas que tenham sido previamente mapeados.

Se tratando da construção civil, podemos dizer que o setor é influenciado por uma série de variáveis dinâmicas, que podem desencadear mudanças significativas nos cenários de mercado. Fatores como flutuações nos preços dos materiais, variações nas taxas de juros, e até mesmo oscilações na demanda por imóveis podem impactar profundamente as operações das construtoras. Diante dessa volatilidade, a capacidade de antecipar e se adaptar a diferentes cenários torna-se crucial para a sobrevivência e o sucesso no setor.

Nesse contexto, o planejamento de cenários surge como uma estratégia indispensável para as construtoras. Ao modelar diversas variáveis, como custos, demanda do mercado e condições econômicas, as empresas podem antecipar possíveis desafios e identificar oportunidades estratégicas.

Esta abordagem proativa permite que as construtoras estejam preparadas para enfrentar reviravoltas inesperadas, seja em termos de escassez de recursos, alterações nas políticas governamentais ou mudanças nas preferências dos consumidores.

Portanto, a capacidade de simular cenários na gestão da construção civil não apenas proporciona uma visão mais clara dos riscos potenciais, mas também permite que as empresas desenvolvam estratégias flexíveis.  

O que é a simulação de cenários e por que é importante? 

A simulação de cenários é uma abordagem muito utilizada na gestão empresarial, que envolve a criação e análise de diferentes cenários possíveis para antecipar e entender como determinadas decisões ou eventos poderiam impactar uma organização. Essa prática permite que as empresas avaliem estratégias, identifiquem riscos e tomem as decisões certas antes mesmo que algum problema aconteça.

Assim, a simulação de cenários envolve geralmente o uso de modelos matemáticos, estatísticos ou computacionais para representar variáveis críticas e suas interações. Os gestores podem então ajustar essas variáveis para explorar diferentes situações e observar as consequências resultantes.

Os cenários simulados podem incluir mudanças nas condições de mercado, variações nos custos, flutuações nas taxas de câmbio, impactos de novas regulamentações, entre outros fatores relevantes que irão variar de empresa para empresa.

Uma ferramenta comumente empregada nesse processo é a Análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats), que avalia os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças enfrentados pela empresa. Este mecanismo fornece uma base sólida para a construção de cenários, destacando áreas de foco estratégico e áreas de potencial vulnerabilidade.

Ao integrar essa prática nas estratégias de gestão, é possível se posicionar de forma proativa diante das incertezas, promovendo uma cultura de resiliência e inovação. A capacidade de antecipar mudanças, seja na concorrência, no mercado ou no ambiente regulatório, torna-se um diferencial estratégico que impulsiona o sucesso empresarial a longo prazo.

Simulações de Cenário na Construção Civil 

Na Construção Civil, essa prática também visa antecipar e gerenciar os desafios inerentes a projetos complexos. Mas para que seja de fato eficiente, deve partir de um bom planejamento de cenários, etapa fundamental e precursora da simulação.

O planejamento de cenários proporciona uma compreensão aprofundada dos possíveis desenvolvimentos futuros. Ao identificar as variáveis críticas, como orçamento, insumos, mão de obra e cronograma, é possível desenvolver modelos de diferentes contextos, permitindo a antecipação de desafios que serão vistos na simulação para construção. 

Confira abaixo alguns dos principais benefícios da simulação de cenários em projetos de Construção Civil. 

  • Evitar imprevistos: a simulação de cenários permite que construtoras identifiquem potenciais obstáculos e evitem imprevistos que poderiam impactar negativamente o andamento da obra. 
  • Identificar desperdícios e otimizar recursos: ao modelar diferentes cenários, as empresas podem otimizar a alocação de recursos, evitando desperdícios e garantindo uma gestão eficiente dos insumos disponíveis. 
  • Manter a empresa competitiva e saudável: a capacidade de adaptação a cenários diversos torna a empresa mais competitiva, fortalecendo sua saúde financeira e posicionando-a de maneira estratégica no mercado. 
  • Gestão de obra mais eficiente: a simulação de cenários contribui para um gerenciamento de obra mais eficiente, permitindo ajustes proativos no cronograma e na equipe de trabalho diante de imprevistos. 

Análise de variáveis e fatores críticos 

Para que a estratégia alcance todos esses objetivos, é preciso caprichar no planejamento e replanejamento das simulações, levando em consideração as seguintes variáveis:  

  1. Orçamento: a simulação permite avaliar diferentes cenários de orçamento, considerando contenção de custos em períodos de crises econômicas, por exemplo. 
  2. Insumos: modelar escassez de materiais no mercado ajuda na antecipação de possíveis problemas de fornecimento, permitindo ajustes estratégicos. 
  3. Mão de Obra: a simulação possibilita considerar a escassez ou a necessidade de realocação de equipes, garantindo uma gestão eficaz dos recursos humanos. 
  4. Cronograma: antecipar atrasos causados por eventos climáticos ou antecipar serviços é fundamental para um planejamento de obra realista e eficiente. 

Dessa forma, a simulação de cenários na construção civil não apenas contribui para a redução de riscos e retrabalhos, mas também se revela como uma ferramenta essencial para a tomada de decisões estratégicas, promovendo a resiliência operacional e a excelência na execução de projetos. 

Caso prático da simulação de cenários 

Para entendermos melhor a aplicação da simulação de cenários para antecipar desafios e garantir eficiência para a construção, vamos verificar o seguinte exemplo.

Uma determinada construtora recebeu uma demanda maior para um dos seus canteiros de obra e precisou remanejar sua equipe de estrutura para o local que estava demandando mais.

Tudo isso fez com que uma laje inteira de uma das obras ficasse parada naquele ano. Nesse sentido, a principal preocupação era que os demais serviços que estavam sendo executados, como a alvenaria, por exemplo, andassem rápido e alcançassem a parte da estrutura, fazendo com que a mão de obra ficasse sem frente de serviço.

O mesmo aconteceria com os serviços que vem na sequência, como a infraestrutura, parte elétrica, hidráulica e instalações de ar. Com a estrutura da laje não finalizada, todos eles  iriam acabar parando, perdendo a mão de obra que ficaria parada no canteiro de obras, atrasando todo o processo.

No entanto, por meio da simulação de cenários, facilitada pelo uso da tecnologia, foi possível repensar toda a ideia. Ao analisar diferentes possibilidades no cronograma da obra, a construtora conseguiu chegar em uma data ideal de entrega da estrutura desta laje que ficou parada, de forma que fosse possível manter o ritmo da obra como estava antes e entregar o projeto sem precisar replanejar muitas atividades.

Ou seja, houve um grande empecilho na obra que poderia muito bem fazer com que as atividades ficassem paradas, atrasando o processo, mas em questão de minutos, a partir da tomada de decisão assertiva após a simulação de cenários, esse problema foi resolvido.

Linha de balanço: o que é e como facilita a simulação de cenários?  

A Linha de Balanço na construção é uma técnica essencial na gestão de projetos, que destaca-se como uma aliada valiosa na elaboração de cronogramas eficientes e na facilitação de simulações de cenários.

Essa abordagem permite visualizar de maneira clara as dependências, interferências e sequenciamento das atividades ao longo do tempo, oferecendo uma representação gráfica que simplifica a identificação de gargalos e a otimização de recursos.

Planejamento em Linha de Balanço na Prevision, que facilita a visualização de dependências entre atividades na simulação de cenários de prazo

Ao integrar a Linha de Balanço nas simulações de cenários, gestores e equipes de projeto podem antecipar com maior precisão a evolução das atividades, facilitando a identificação de potenciais desafios.

Essa técnica possibilita uma compreensão aprofundada das interações entre diferentes partes do projeto, permitindo uma abordagem mais estratégica na resolução de imprevistos.

Para explorar ainda mais os benefícios da Linha de Balanço e sua aplicação prática na gestão de obras, baixe gratuitamente o Kit Linha de Balanço na Prática e aprimore suas habilidades na gestão de projetos, fortalecendo a resiliência da sua equipe diante dos desafios da Construção Civil. 

Tecnologias que podem ajudar  

Atualmente, a gestão de projetos na construção civil se beneficia significativamente do avanço tecnológico, especialmente no que diz respeito à realização de simulações de cenários. Enquanto ferramentas tradicionais como Excel e Project podem ser mais manuais e limitadas, soluções inovadoras como a Prevision, plataforma líder em planejamento de obras, estão transformando o setor.

A Prevision, ao adotar a Linha de Balanço como base para o planejamento, destaca-se por sua eficiência e praticidade. Diferentemente de abordagens mais tradicionais, essa ferramenta permite criar rapidamente diferentes versões do cronograma com apenas alguns cliques. Essa flexibilidade facilita a análise e a tomada de decisões estratégicas por parte das construtoras.

Além disso, a integração da Prevision com o Sienge oferece uma vantagem adicional ao conectar o cronograma ao orçamento, permitindo uma simulação mais abrangente do cenário físico-financeiro. Essa integração proporciona uma visão geral do projeto, facilitando o acompanhamento e a análise em tempo real.

Ao adotar tecnologias como essa, é possível não apenas reduzir o tempo operacional, mas também liberar recursos para atividades mais estratégicas e analíticas. Essa revolução na gestão de projetos na Construção Civil destaca o potencial transformador das tecnologias modernas para impulsionar a eficiência e a produtividade no setor.