- Fluxo de caixa é essencial para verificar a situação financeira da empresa e tomar decisões
- Existem diferentes tipos de fluxo de caixa, como diário, indireto e projetado
- É importante manter controle do fluxo de caixa na Construção Civil para evitar falências e problemas financeiros.
Com certeza, a saúde financeira da sua empresa está no topo das suas preocupações. Por isso mesmo, você precisa conhecer e saber usar os diferentes tipos de fluxo de caixa.
Fluxo de caixa, como você sabe, é a consolidação de entradas e saídas financeiras de uma empresa. A análise dele permite verificar a situação das suas finanças, a necessidade de aumento de receitas ou redução de despesas, entre outras providências.
Não é exagero afirmar que controlar o fluxo de caixa é uma questão de vida ou morte para as organizações, inclusive as construtoras.
Ele é fundamental para garantir que a companhia possa honrar seus compromissos, planejar necessidades de obter créditos e conseguir taxas mais atrativas. Serve ainda para dar visibilidade aos investidores, antecipar receitas, avaliar reduções de custo ou reestruturar as operações.
Neste sentido, conhecer os tipos de fluxo de caixa é um dever de casa para todo empreendedor. Você já vai saber quais são eles e como podem lhe ajudar, seguindo a leitura.
Tabela de conteúdos
- Por que é tão importante ter boa visão do fluxo de caixa na Construção Civil?
- Tipos de fluxo de caixa
- Diferença entre fluxo de caixa e cronograma de desembolso
- Particularidades do fluxo de caixa na Construção Civil
- Relatório do Sebrae e IBGE: cenário preocupante
- Ferramentas para otimizar o fluxo de caixa
- 8 práticas que para manter controle do fluxo de caixa na Construção
- Conclusão
Por que é tão importante ter boa visão do fluxo de caixa na Construção Civil?
Há quem pense que não há necessidade tão grande assim de se preocupar com o fluxo de caixa na Construção Civil, desde que a operação comercial vá bem. Esse é um grande engano. Mesmo a construtora ou incorporadora que vende muito bem precisa prestar atenção aos períodos em que o dinheiro entra e sai.
Existem, no mínimo, 3 bons motivos para que qualquer empresa, especialmente no ramo da Construção Civil, que tem uma estrutura complexa, ter boa visão do fluxo de caixa:
Risco de falência
Como você verá mais a frente, os dados mostram que a falta de visão de médio e longo prazo do fluxo de caixa pode fazer uma empresa fechar as portas. E os principais motivos para isso são:
- falta de planejamento;
- falta de capacitação de gestão.
Os dois problemas tocam diretamente na necessidade óbvia de ter visão de médio e longo prazo sobre o controle do fluxo de caixa. Até porque, isso influencia diretamente em outros aspectos que causam o fechamento das empresas.
Contas a pagar
Quando uma empresa não presta atenção ao fluxo de caixa, inevitavelmente fica sem dinheiro em certos momentos de vencimento de contas. Mesmo que a empresa tenha como pagar alguns dias ou semanas depois, terá de arcar com multas e juros definidos em contrato.
Não estamos falando aqui de alguns trocados, mas de milhares de reais. Imagine isso em vários projetos, ao longo de anos, e terá um desperdício considerável, de forma desnecessária.
Além disso, a falta de controle sobre contas a pagar pode ter um efeito dominó, no qual a empresa “se esquece” das contas e faz novas dívidas. Sem condições de cumprir com todos os compromissos, entra num ciclo vicioso de dívida, no qual correm mais juros e novas multas.
Em certos casos, até sofrem com ações judiciais cobrando as dívidas, o que gera ainda mais custos e mais transtorno. Isso também pode fazer com que o crédito para essas empresas seja negado, ou saia a um valor mais alto de juros.
Bom uso do dinheiro em caixa
Por fim, a maior armadilha de todas talvez esteja aqui, quando a empresa parece estar numa situação financeira confortável, com dinheiro sobrando em caixa. Para muitos gestores, isso seria sinal de que não há com que se preocupar nem necessidade de acompanhar muito de perto esses dados. Grande engano, mais uma vez.
E o motivo é simples: quando uma empresa tem muito dinheiro sobrando em caixa, isso deixa de ser algo positivo. É como uma empresa de varejo que tem um estoque muito grande. É dinheiro parado.
Esse dinheiro precisa trabalhar a favor do negócio, nunca ficar estacionado perdendo valor com a correção da inflação.
Então a atitude mais inteligente seria fazer algum investimento ou aplicação financeira para fazer o valor excedente render com boa liquidez. Manter apenas um colchão de emergência no caixa da empresa seria suficiente para se proteger contra despesas inesperadas.
Tipos de fluxo de caixa
Quando falamos em fluxo de caixa na Construção Civil, é importante entender que existem diferentes formas de classificá-lo, e cada uma atende a uma finalidade específica da gestão financeira. A seguir, vamos explorar essas classificações em detalhes e mostrar como cada uma pode apoiar a tomada de decisões estratégicas.
Por periodicidade
Ao organizar o controle financeiro de uma empresa, um dos primeiros pontos a se definir é a periodicidade do fluxo de caixa. No caso da Construção Civil, essa escolha se torna ainda mais estratégica, já que os prazos dos projetos variam bastante e os ciclos financeiros são longos e complexos.
Entenda os tipos de fluxo de caixa para adaptar a gestão às características específicas de cada obra ou empreendimento:
- Diário;
- Semanal;
- Quinzenal;
- Mensal;
- Semestral;
- Anual;
- Etc.
A escolha da periodicidade ideal do fluxo de caixa depende diretamente da dinâmica financeira da sua construtora. Se ela lida com um grande volume de entradas e saídas diárias, como compras frequentes de insumos, pagamentos por produção e movimentações intensas no canteiro de obras, o fluxo de caixa diário é o mais indicado, pois permite acompanhar de perto a saúde financeira e agir rapidamente diante de imprevistos.
Para construtoras que operam com cronogramas de pagamentos semanais, como equipes terceirizadas ou fornecedores com prazos curtos, o fluxo semanal pode equilibrar controle e agilidade. Já se as movimentações financeiras não são tão frequentes e os compromissos principais ocorrem quinzenalmente, esse intervalo pode oferecer uma boa visão consolidada sem excesso de detalhamento.
O fluxo mensal é o mais comum em empresas com rotinas administrativas mais estáveis, em que os principais compromissos (como salários, encargos e repasses) ocorrem em ciclos mensais. Ele também é útil para análise gerencial e tomada de decisão estratégica.
Por outro lado, se a sua construtora trabalha com obras de longo prazo e foco em planejamento macro, o fluxo semestral e até anual pode ser mais eficiente para projeções, estudos de viabilidade e avaliação de desempenho geral do negócio.
Lembre-se: não existe uma única resposta certa. A periodicidade do fluxo de caixa, na verdade, é extremamente flexível, conforme as necessidades e estratégias da empresa. Algumas empresas, inclusive, combinam diferentes periodicidades: um fluxo diário para o canteiro e um mensal para o escritório, por exemplo.
A escolha pode ser difícil, especialmente no caso de construtoras onde o fluxo de caixa está condicionado a projetos, que têm prazos muito variados. Além dos seus ciclos financeiros muito longos entre o planejamento de obra, projeto, execução, vendas e recebimento das vendas.
Completa esse quadro complexo a enorme diversidade de variáveis na cadeia de produção, entre mão de obra, especialistas, canteiros de obras, fornecedores e outros itens.
Antes de seguirmos, cabe aqui uma recomendação especial.
É bastante aconselhável que você tenha o fluxo de caixa diário na construtora, juntamente com outro ou outros fluxos de prazos maiores. Seja qual for o porte da empresa.
Por análise
1. Fluxo de Caixa Direto (FCD)
É o mais utilizado, tanto na análise de movimentos realizados como a realizar. Ele é o fluxo de caixa que permite mais rapidamente verificar problemas de caixa e necessidades de redução de despesas, financiamento bancário ou antecipação de receitas.
Informa-se no FCD a origem (fonte) e o uso (aplicação) do capital. É um modelo que pode ser analisado com mais facilidade, inclusive por leigos em contabilidade.
Deve apresentar, no mínimo, os seguintes itens:
- Recebimento de clientes;
- Juros, lucros e dividendos recebidos;
- Pagamentos a fornecedores e empregados;
- Juros pagos;
- Imposto de renda pago;
- Outros recebimentos e pagamentos.
2. Fluxo de caixa indireto (FCI)
Baseia-se no lucro e no prejuízo encontrados na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), com ênfase no aspecto fiscal, fazendo ajustes na DRE.
Apresenta o fluxo de caixa líquido oriundo da:
- Movimentação líquida das contas que influenciam nos fluxos de caixa das atividades operacionais, tais como estoques, contas a receber e contas a pagar.
- Movimentação líquida das contas que influenciam nos fluxos de caixa das atividades de investimentos e de financiamentos.
3. Fluxo de caixa projetado (FCP)
Este pode ser construído a partir dos dois anteriores. Porém, olha somente para o futuro, ou seja, apresenta as entradas e saídas a realizar e não o realizado.
Funciona como um acompanhamento diário do fluxo de caixa, mas com as contas a serem pagas, incluindo pessoal, fornecedores, insumos e todos os demais gastos previstos.
O mesmo em relação às receitas, são informadas as contas a receber de clientes, rendimentos de aplicações e outras.
Como já falamos ao tratar do fluxo de caixa diário, isso ajuda a prever os momentos de aperto no caixa, que exigem reserva maior de recursos para os pagamentos.
4. Fluxo de caixa descontado (FCDesc)
Serve para medir o tempo de retorno do capital investido numa empresa e para a avaliação das empresas, quando ocorre a venda ou fusão de negócios.
O consultor do Sebrae-SP, João Carlos Natal, explica que o FCDesc traduz a projeção da quantidade de recursos que serão gerados pela empresa no futuro. A isso se soma o seu valor estimado atual. Após, subtrai-se o tempo e o risco associado a essa estimativa.
Muita atenção para essas observações dele:
- Em primeiro lugar, é muito importante o acompanhamento de uma auditoria contábil e jurídica para avaliar todos os aspectos do negócio existente. Especialmente para evitar uma sucessão de tributos e riscos trabalhistas pré-existentes.
- É preciso fazer uma análise de todos os contratos, obrigações trabalhistas, previdenciárias e de impostos.
- Os contratos, especialmente de locação do ponto, fornecimentos e outros do local, devem ser todos examinados. Isto para assegurar que podem ser cedidos ou assumidos pelo novo dono sem a necessidade de autorização da outra parte.
- Na análise das obrigações trabalhistas, previdenciárias e impostos, caso seja identificado algum imposto e obrigações a pagar, tal passivo deve ser descontado do preço, quitado ou negociado. Isso assegura que a compra seja livre de encargos inesperados.
Diferença entre fluxo de caixa e cronograma de desembolso
Apesar de estarem ligados à gestão financeira de obras, fluxo de caixa e cronograma de desembolso não são a mesma coisa. E você deve entender bem essa diferença na hora de manter as contas da construtora em dia. Cada um desses instrumentos cumpre um papel específico e, quando usados em conjunto, ajudam a evitar imprevistos e garantir que a obra siga dentro do planejado.
O fluxo de caixa é uma ferramenta que mostra todas as entradas e saídas de dinheiro da empresa ao longo do tempo. Ele serve para acompanhar a saúde financeira do negócio como um todo.
No dia a dia de uma construtora, esse fluxo inclui desde os recebimentos de clientes até pagamentos de fornecedores, folha de pagamento, encargos e outros compromissos financeiros. Ou seja, ele dá uma visão geral de quanto dinheiro está entrando e saindo e, principalmente, se vai faltar em algum momento.
Já o cronograma de desembolso tem um foco mais específico. A ideia aqui é planejar quanto será necessário gastar em cada etapa do projeto, mês a mês. Esse cronograma é feito com base no orçamento e no cronograma físico da obra, e ajuda a prever com antecedência quando serão necessários recursos para materiais, mão de obra, locações de equipamentos e demais custos.
Na prática, o cronograma de desembolso alimenta o fluxo de caixa. Afinal, não adianta só saber quando a obra vai precisar de dinheiro: é preciso verificar se a empresa terá esse recurso disponível no período certo. Quando os dois estão bem alinhados, o gestor consegue planejar compras, negociar prazos melhores e até evitar a necessidade de empréstimos emergenciais.
Por isso, manter esses dois controles atualizados é uma das chaves para uma gestão financeira eficiente. É isso que permite decisões mais seguras e evita que problemas financeiros atrapalhem o andamento da obra.
Particularidades do fluxo de caixa na Construção Civil
A principal particularidade no setor é que as construtoras possuem muitos fornecedores e geralmente não possuem todo capital em caixa. O maior problema da área costuma ser a realização de receitas, as vendas de unidades na planta, fase em que acontece grande parte dos gastos.
Esse cenário aumenta a necessidade do perfeito sincronismo entre receitas projetadas, despesas projetadas e necessidades de financiamentos.
Neste sentido, o fluxo de caixa vai lhe mostrar, exatamente, os períodos no calendário de maior concentração de pagamentos a fazer. E identificar eventuais faltas de receitas, nessas mesmas datas, para cumprir tais compromissos.
O fluxo diário vai apontar também os momentos em que sua construtora vai dispor de capital para aplicações rentáveis, ao invés de ficar com o dinheiro parado no caixa.
Essa previsão de receitas precisa ser muito bem dimensionada, para que a empresa calcule a sua real necessidade de crédito e não seja surpreendida por problemas de caixa durante a obra.
Ao saber disso, você já pode, antecipadamente, renegociar prazos com fornecedores e prestadores de serviços, por exemplo. Ou buscar os recursos necessários, com financiamentos e empréstimos, para efetuar os pagamentos nas datas previstas.
Com isso, você aperfeiçoa o seu planejamento e evita surpresas desagradáveis, com contas volumosas à descoberto. Também não corre o risco de cair na armadilha das multas e juros onerosos.
Somente nesses aspectos, já há razões de sobra para redobrar sua atenção para o assunto fluxo de caixa. É fazer isso ou seguir a triste sina de outras organizações que faliram.
Relatório do Sebrae e IBGE: cenário preocupante
Segundo o Indicador de Falência e Recuperação Judicial da Serasa Experian, o Brasil registrou, em 2024, 2.273 pedidos de recuperação judicial feitos por empresas, um aumento de 61,8% em relação a 2023.
Já de acordo com o IBGE, 60% das empresas não sobrevivem após cinco anos no Brasil. Sendo que cerca de 20% das empresas empregadoras morrem em seu 1º ano. As que permanecem, não são necessariamente lucrativas, a grande maioria apenas sobrevive.
De acordo com o gerente da pesquisa, Thiego Ferreira, aspectos microeconômicos, de concorrência, questões de eficiência e até a própria mudança estrutural são causas comuns de falência.
Com esse alerta em mente, é hora de você conhecer os tipos mais importantes de fluxo de caixa.
Ferramentas para otimizar o fluxo de caixa
Você viu que cada um desses fluxos de caixa cumpre uma finalidade. Para o dia a dia, na programação de receitas e despesas, funcionam o fluxo de caixa direto e o projetado.
Para análise de resultados, o indireto (visão líquida) e o direto (visão bruta). Para projetar cenários de mercado, o fluxo de caixa descontado e outros indicadores.
Para realizar essa tarefa na sua empresa, é importante recorrer a ferramentas próprias. Existem, por exemplo, as planilhas em Excel e alternativas mais simples.
Porém, convém pensar se a sua situação é mais complexa, necessitando de uma solução especializada. Especialmente num setor tão sensível às oscilações de fluxo de caixa e disponibilidade de capital de giro, como o da Construção Civil.
Neste caso, uma ótima opção é o ERP (Enterprise Resource Planning) ou Sistema Integrado de Gestão Empresarial.
E ainda existem possibilidades que vão além, como o Sienge Plataforma, que facilita o controle de fluxo de caixa consolidando automaticamente todos os movimentos de contas a pagar, contas a receber e avulsos. Isso permite uma visão atualizada e rápida tomada decisão, tanto na forma analítica como na forma sintética.
Seus módulos, como Engenharia, Recursos Humanos e Contabilidade, funcionam em total sincronia, inclusive o acompanhamento do fluxo de caixa. Todas as informações dos demais módulos são replicadas instantaneamente no Módulo Financeiro.
Com isso, não há falha no repasse dos números, a quantidade de erros diminui. Por outro lado, aumenta a produtividade e o controle de forma confiável em toda a empresa. Isso vai representar o salto de qualidade que ela está precisando para se tornar mais competitiva e crescer.
8 práticas que para manter controle do fluxo de caixa na Construção
De maneira simples, você precisa fazer duas coisas para manter o controle do fluxo de caixa da sua construtora: a primeira é manter as receitas acima dos gastos. Afinal, se entrar menos dinheiro que sai, a sua empresa vai sempre depender de malabarismos fiscais e financeiros.
A segunda é manter um bom cronograma de pagamentos e recebimentos, pois muitos se esquecem que mesmo uma empresa lucrativa pode ter problemas de fluxo de caixa.
Então, a lista abaixo vai ajudar você a conquistar esses dois objetivos com algumas ações simples, que são:
1. Investir em uma estratégia comercial replicável
O primeiro ponto é injetar dinheiro na sua empresa, e para isso você depende de um bom processo de vendas, que seja sustentável e replicável.
Ou seja, não pode ser um processo comercial que só dá certo de vez em quando, mas um sistema que traga vendas consistentes e garanta um fluxo de receitas constante e significativo.
Para isso, você talvez tenha de investir em profissionais ou em treinamentos para que o seu time de vendas seja capaz de alcançar esse nível de atuação e resultados.
Mas lembre-se: as vendas são o motor de qualquer negócio, e esse investimento tende a ser um dos primeiros a se pagar por conta do retorno que traz.
2. Contar com um sistema de gestão eficaz
O segundo ponto do plano é organizar a sua gestão, e não há nada melhor para isso que uma plataforma integrada de gestão, capaz de dar a visão estratégica que eu citei acima.
Você pode apostar em ferramentas mais simples, como planilhas, mas se o seu processo é mais complexo, é preciso de algo além para manter o fluxo de caixa saudável em todos os momentos, ainda mais se a sua empresa está crescendo ou planeja crescer.
Além disso, uma plataforma integrada de gestão pode ajudar você com os dois próximos itens desta lista.
Por último, mas de forma alguma menos importante, escolha uma boa ferramenta para realizar seu trabalho. Quanto mais completa e fácil de usar for a ferramenta de sua escolha, melhor para manter os dados em dia e tomar boas decisões, com facilidade e sem demora.
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3. Combater o desperdício de frente
Um dos grandes causadores de problemas no fluxo de caixa na construção é o desperdício, seja de tempo, de mão de obra ou de materiais. Por quê?
Pense comigo: se há desperdício, significa que você gastou mais do que o necessário, ou que terá de gastar mais do que o previsto. Em ambos os casos, saiu dinheiro que deveria ficar no caixa da empresa, e esse dinheiro pode fazer falta para realizar pagamentos ou novos investimentos.
E mesmo quando o valor desse desperdício parece pequeno, imagine o quanto isso se acumula de obra em obra, com o passar de um ano. É como um pequeno vazamento de água que continua a crescer até se tornar um cano estourado.
Combater de frente o desperdício é uma das ações mais práticas que você pode tomar para evitar que saia mais dinheiro do que deveria da sua conta.
4. Negociar prazos e condições de forma estratégica
Visto que a programação de pagamentos e recebimentos tem um papel importante no controle do fluxo de caixa, você precisa saber negociar de forma estratégica. Isso inclui definir as condições de pagamento, os prazos e datas de entrega dos materiais.
O simples fato de conseguir negociar prazos maiores ou condições de pagamento melhores pode aliviar muito o fluxo de caixa e evitar problemas. Para isso, é importante cultivar uma relação de confiança com os parceiros comerciais e sempre pagar as contas na data e da forma combinada.
5. Renegociar uma dívida antes de vencer
Esta dica é para o último caso, quando uma decisão errada ou um imprevisto ameaça a sua capacidade de pagar uma conta em dia. Nesse caso, o melhor a fazer é não esperar o vencimento e a cobrança, mas se adiantar e renegociar a dívida com transparência total.
Explique o que levou a essa circunstância incomum, faça uma proposta boa para os dois lados e que você consiga cumprir. Além disso, se programe para pagar as próximas contas de forma adiantada na próxima vez, a fim de recuperar a confiança do parceiro.
6. Atualizar constantemente os números
Não existe solução melhor do que a consistência na atualização dos números da sua empresa. Como atividades novas ocorrem todos os dias, é importante registrar o cronograma de pagamentos e recebimentos.
Quanto mais atualizado estiver seu painel de controle, mais fácil fica de acompanhar a situação, prever possíveis problemas e realizar investimentos lucrativos na hora certa.
É claro que isso envolve muito trabalho, especialmente para uma empresa de Construção Civil, que lida com muitas variáveis. Mas o esforço pode se tornar bem menor com uma dica que vamos dar mais abaixo.
7. Ter conhecimento técnico dos conceitos de gestão
Outra coisa que você precisa fazer é entender dos conceitos de gestão e finanças. Por exemplo, muitos profissionais desconhecem ou ignoram conceitos como DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) e DRF (Demonstrativo de Resultado Financeiro). Você entende o que eles significam e sabe lidar com eles?
Aqui no blog, temos artigos sobre diversos conceitos assim. Tire tempo para entender cada um deles, como se encaixam na sua atividade e como afetam o dia a dia da sua empresa.
Quanto mais conhecimento, maior será a sua clareza na tomada de decisões e poder de convencimento em reuniões com outros envolvidos na gestão do negócio.
8. Fazer ajustes com rapidez
O pior erro que você pode cometer é não agir rápido para corrigir problemas com o seu fluxo de caixa. Não importa se é só uma pequena pendência ou se o problema já virou uma bola de neve, ele sempre pode piorar.
Além disso, mesmo que a situação pareça sob controle, se você ainda não aplica as sugestões mostradas aqui, agora é a hora de começar. Assim, com um bom sistema de gestão integrada, combate ao desperdício e boas relações comerciais, você não terá motivos para se preocupar com as contas.
Foi o que fez a Masotti, por exemplo, uma das principais construtoras do interior de São Paulo. Por causa do uso de diversas planilhas e análise manual dos dados, os processos demoravam e, como consequência, a obra atrasava. A rapidez e assertividade foi alcançada com a contratação de soluções de software e a integração entre elas.
Conclusão
É preciso reforçar que entre as três principais razões de falência ou insucessos das empresas no Brasil, uma delas é a falta de planejamento financeiro. Isso inclui a ausência de fluxo de caixa com a previsão das receitas e despesas.
Sendo assim, se você não tem um fluxo de caixa confiável, providencie um, com urgência. Se já tiver, aperfeiçoe. Dessa maneira, poderá prever com segurança o que tem a receber, o que vai ser pago, quando terá disponibilidade de recursos, para aplicações e novos investimentos. Faça isso e a saúde financeira do seu negócio será melhor protegida.


