- Gestão de obras é fundamental na Construção Civil, com desafios como imprevisibilidade de custos e estouro de prazos.
- A gestão de obras envolve planejamento, supervisão e controle para garantir qualidade, segurança e aderência ao planejamento.
- Profissionais como engenheiros civis e arquitetos podem atuar na gestão de obras, utilizando ferramentas como BIM, Gestão de Projetos e ERP.
A gestão de obras é um dos principais fatores para o sucesso de empreendimentos na Construção Civil. É essa atividade que conecta o planejamento à execução, com o objetivo de garantir que tudo ocorra conforme o previsto, com eficiência, qualidade e segurança.
É por meio de uma boa gestão que se viabiliza a alocação adequada dos recursos, o cumprimento dos padrões de qualidade e segurança da construtora, além da aderência ao planejamento definido antes mesmo da instalação dos tapumes no canteiro.
No entanto, essa prática ainda representa um desafio para muitas empresas do setor. Segundo um estudo de 2022 da consultoria Deloitte, chamado “Produtividade e oportunidades para a cadeia da construção”, 79% das empresas consideram que a imprevisibilidade de custos é um dos grandes causadores da falta de produtividade.
É para contornar obstáculos como este que uma boa gestão de obras é fundamental. Com um gerenciamento eficiente, a construtora consegue ter maior clareza no que se refere a cada um dos processos de uma obra, desde a previsibilidade de custos até a prevenção de diversos outros problemas.
Ou seja, ao que os números indicam, ainda há muito espaço para aprimorar as práticas de gestão nos canteiros do país. Então se você tem interesse nesse assunto, chegou ao lugar certo. Neste artigo, vamos explorar tudo que você precisa saber para aprimorar de uma vez por todas a gestão das suas construções.
Índice
- O que é gestão de obras?
- Qual a diferença entre gerenciamento de obras e gestão de obras?
- Quais as vantagens de se realizar a gestão da obra?
- Como fazer a gestão de uma obra?
- Quem pode fazer gestão de obras?
- Outras ferramentas para se realizar uma boa gestão de obra
- Qual o impacto de um bom planejamento na gestão de obras?
- FAQ: Dúvidas frequentes sobre a gestão de obras
- Conclusão
O que é gestão de obras?
Gestão é um “conjunto de regras, funções e conhecimentos de que se lança mão para executar com eficiência e eficácia qualquer atividade”, segundo a definição da Secretaria de Gestão e Governo Digital do Estado de São Paulo.
Na Construção Civil, a gestão de obras compreende o planejamento, a supervisão e o controle de todas as atividades envolvidas na realização de um projeto. Ela abrange desde a emissão de projetos até o mapeamento dos materiais utilizados, dos líderes de cada atividade e das equipes responsáveis por cada função.
Sua aplicação visa a reduzir os riscos na execução do empreendimento, a fim de que seja concluído dentro dos prazos e orçamentos previstos e em conformidade com os padrões de qualidade e de segurança exigidos.
A função de ligação entre a visão estratégica e a execução prática do projeto é exercida por um diretor ou gerente de engenharia, profissional que possua autoridade para coordenar as diversas equipes de obra, gerenciar recursos, solucionar problemas e garantir que o projeto avance conforme o planejamento.
Esse gerenciamento envolve ainda o acompanhamento do andamento da obra, com foco no cumprimento do cronograma e no controle dos gastos, além da medição das atividades executadas. Indicadores de desempenho como IDP (Índice de Desempenho de Prazo), PPC (Percentual de Pacotes Concluídos), aderência e (IRR Índice de Remoção de Restrições) também são utilizados para mensurar os resultados do projeto.
Um pouco de história
Historicamente, a gestão de obras evoluiu a partir das práticas de organização do trabalho desenvolvidas no final do século XIX por pioneiros como Frederick Taylor e Henry Gantt. Este último é conhecido pelo desenvolvimento do Gráfico de Gantt, uma ferramenta amplamente utilizada no planejamento de projetos.
Ao longo do século XX, metodologias como o Lean Construction e ferramentas de melhoria contínua como o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) foram incorporadas à Construção Civil, adaptando-se às necessidades e à natureza das atividades dos canteiros de obra, e elevando a produtividade e controle dos processos de trabalho.

Qual a diferença entre gerenciamento de obras e gestão de obras?
Existem muitas dúvidas sobre o uso das expressões gerenciamento de obras e gestão de obras, que frequentemente são usadas como equivalentes. Uma análise semântica mais detida, porém, revela distinções significativas entre essas duas áreas, principalmente no que cada uma contempla.
Vale lembrar que, embora sejam distintos em suas abordagens, gerenciamento e gestão de obras são complementares e indispensáveis para a realização bem-sucedida de projetos de construção no curto e no longo prazos.
Gerenciamento de obras: enfoque na prática operacional
O gerenciamento de obras é essencialmente focado nas dimensões práticas e operacionais de um projeto de construção. Esta abordagem se concentra na coordenação diária do canteiro de obras, englobando a administração do cronograma, a alocação de recursos e o controle de custos.
A etimologia da palavra “gerenciamento” remonta ao latim “gerens”, que significa “aquele que gere ou gerencia”, ressaltando sua conexão com ações práticas e diretas.
Neste escopo, o gerenciamento de obras, geralmente exercido pelo Engenheiro de Obras, abrange a distribuição de tarefas, o monitoramento do progresso das atividades, a resolução de problemas emergentes e a comunicação com todos os membros da equipe envolvida.
Gestão de obras: uma perspectiva estratégica
Por outro lado, a gestão de obras adota uma perspectiva mais abrangente e estratégica, não se limitando apenas às atividades práticas de construção. Esta abordagem envolve uma administração mais ampla de um ou mais projetos.
Nesse sentido, a gestão de obras vai além da simples coordenação do trabalho no canteiro, incorporando também a gestão de recursos humanos, financeira, de suprimentos, de qualidade e de riscos.
Assim, a gestão de obras na Construção Civil, função geralmente exercida pelo Diretor ou Gerente de Engenharia, compreende a administração integrada de várias disciplinas que são vitais para o sucesso e a sustentabilidade de um projeto.
Quais as vantagens de se realizar a gestão da obra?
A atuação no setor da Construção Civil envolve um alto grau de complexidade. São milhares de normas técnicas da ABNT e 38 Normas Regulamentadoras (NRs) federais que precisam ser seguidas sob risco de sanções legais como multas e embargos.
Além disso, com centenas de trabalhadores em atividade simultânea em um único canteiro e investimentos mensais na casa dos milhares, qualquer falha na execução pode gerar sérios prejuízos financeiros, materiais e até humanos.
Nesse sentido, a gestão de obras serve para organizar esse cenário e oferecer uma série de benefícios no dia a dia da construção, como os que veremos a seguir.
Melhora o cumprimento dos prazos
Uma das principais vantagens é a possibilidade de estruturar uma programação sistemática para acompanhar a evolução das atividades da obra no curto prazo, alinhada ao planejamento de longo prazo. Essa prática reduz atrasos e permite uma resposta rápida diante de imprevistos.
Aumenta a qualificação e produtividade da equipe
A gestão eficaz exige a formação de uma equipe qualificada, com acompanhamento constante da produtividade dos trabalhadores. Isso resulta em maior eficiência na execução e menor tempo ocioso no canteiro.
Garante maior transparência e comunicação entre equipes
Com processos bem definidos, as informações da obra se tornam mais acessíveis e visíveis para todos os envolvidos. Isso melhora a comunicação, facilita a coordenação das tarefas e permite decisões mais rápidas e assertivas.
Contribui para o controle orçamentário
Ao acompanhar o progresso da obra em tempo real, a gestão eficiente também proporciona maior controle sobre os custos. Isso ajuda a evitar desperdícios, excessos, gastos não previstos, entre outros.
Reduz impactos ambientais
A adoção de boas práticas de gestão favorece o uso consciente de recursos, o correto descarte de resíduos e outras medidas sustentáveis que minimizam os impactos da obra sobre o meio ambiente.
Melhora a segurança no canteiro de obras
Ao garantir o cumprimento das normas regulamentadoras e promover a organização do ambiente de trabalho, a gestão reduz os riscos de acidentes, promovendo mais segurança para todos os profissionais envolvidos.
Desafios comuns e soluções na gestão de obras
A gestão de obras lida com variáveis que mudam constantemente: clima, mão de obra, fornecedores, imprevistos técnicos e orçamentários. Mesmo com um planejamento estruturado, o sucesso de um projeto vai depender de como os problemas são enfrentados no dia a dia.
A seguir, listamos alguns dos principais desafios enfrentados na gestão de obras e algumas soluções práticas para superá-los com mais eficiência.
Desalinhamento entre planejamento e execução
Muitos cronogramas são feitos em escritório e não refletem a realidade do canteiro. Essa falta de integração entre quem planeja e quem executa resulta em atrasos, desorganização e decisões tomadas com base em suposições, e não em dados concretos.
Solução: implemente rotinas de gerenciamento com revisões semanais e acompanhamento próximo das atividades – “vá ao gemba”, como se fala na filosofia Lean Construction. Mapeie o fluxo dos processos para identificar gargalos e alinhe a média liderança com os objetivos do projeto. Um cronograma só funciona quando é dinâmico e adaptado à realidade do canteiro.
Falta de capacitação da equipe
Ainda é comum tratar capacitação como gasto, e não como investimento. Sem formação adequada, a equipe de obra tende a resistir a novas tecnologias, interpretar mal as instruções ou cometer erros por falta de entendimento técnico — o que gera retrabalho e compromete os resultados.
Solução: a capacitação contínua deve fazer parte da rotina do canteiro. Invista no treinamento da equipe operacional e da média liderança. Ensinar leva tempo, mas esse tempo retorna em forma de agilidade, produtividade e menos erros no dia a dia. Uma equipe preparada se adapta mais facilmente às mudanças e colabora ativamente com a gestão.
Implementação mal planejada de tecnologias
A adoção de ferramentas como BIM, softwares de controle ou aplicativos de obra muitas vezes é feita de forma precipitada. Sem preparo, os times não conseguem utilizar os recursos corretamente, o que transforma a tecnologia em um entrave, e não em uma aliada.
Solução: antes de adotar qualquer tecnologia, crie um plano de implantação. Faça testes piloto, promova treinamentos e adapte a ferramenta às necessidades específicas do projeto. A descentralização planejada das informações, com dados acessíveis para todos, otimiza decisões e torna os processos mais ágeis e seguros.
Falta de controle sobre indicadores de desempenho
Muitas obras não acompanham indicadores de produtividade, prazo ou qualidade. Isso impede a identificação de problemas recorrentes e compromete a tomada de decisões estratégicas, que acabam sendo baseadas em “achismos” e não em evidências.
Solução: implemente o uso de indicadores como IDP, PPC, aderência e IRR. Esses dados fornecem uma visão clara do que está funcionando e do que precisa ser ajustado. Com base em números reais, é possível tomar decisões mais assertivas, antecipar problemas e promover melhorias contínuas.
Excesso de retrabalho e desperdícios
Pedidos errados de material, informações desencontradas entre as equipes e falta de definição de processos levam a retrabalhos constantes e ao desperdício de tempo e recursos. Além de elevar os custos, isso compromete prazos e a qualidade da entrega.
Solução: estabeleça processos claros, padronize rotinas e promova a gestão à vista no canteiro. Quando todos sabem o que deve ser feito, quem faz e quando deve ser entregue, os erros diminuem. Aplicativos e quadros de acompanhamento ajudam a manter todos alinhados e a reduzir os desperdícios.
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Desorganização na documentação e processos administrativos
Muitas construtoras ainda gerenciam documentos de forma manual ou dispersa, o que gera atrasos em liberações, falta de controle sobre contratos e problemas com fiscalização. Isso atrasa etapas, compromete prazos e aumenta o risco jurídico.
Solução: digitalize documentos e utilize sistemas de gestão específicos para a Construção Civil. Ter uma estrutura administrativa organizada facilita o acesso às informações, melhora o compliance e garante mais agilidade na tomada de decisões operacionais.
A boa gestão de obras depende de planejamento, sim, mas também de liderança, capacitação, comunicação e tecnologia alinhadas com as necessidades do projeto. Resolver problemas no canteiro não é sobre apagar incêndios, mas sim sobre prevenir e estruturar a obra para que os desafios sejam superados com inteligência e antecipação.
4 pilares da gestão de obras
Uma gestão de obras eficiente se sustenta sobre quatro pilares fundamentais que, juntos, garantem o bom andamento do projeto do início ao fim. Controlar cada um desses aspectos de forma integrada é o que possibilita entregar empreendimentos dentro dos prazos, orçamentos e padrões de qualidade esperados.
1) Controle de prazo
O controle de prazo envolve o acompanhamento rigoroso do cronograma físico da obra, desde o início até a entrega final. Um bom controle evita atrasos, facilita a gestão de recursos e permite que imprevistos sejam tratados com agilidade. Com ferramentas adequadas e planejamento bem estruturado, é possível manter a execução dentro dos prazos definidos, garantindo previsibilidade ao projeto.
2) Controle de custo
Manter o orçamento sob controle é fundamental para a saúde financeira do empreendimento. Esse pilar exige o monitoramento constante dos custos reais em comparação com os valores previstos, possibilitando ajustes sempre que necessário. Um bom controle financeiro evita desperdícios, amplia a margem de lucro e permite que a obra seja concluída sem surpresas desagradáveis.
3) Qualidade
A gestão da qualidade assegura que a obra seja executada conforme os padrões técnicos exigidos e as normas vigentes. Isso inclui a verificação de materiais, processos, mão de obra e acabamentos, garantindo a durabilidade da construção e a satisfação do cliente. Mais do que seguir especificações, gerenciar a qualidade é transformar o projeto em um produto final confiável e seguro.
4) Segurança
Promover a segurança no canteiro de obras é essencial para preservar a integridade dos trabalhadores e evitar paralisações. Esse pilar abrange o cumprimento das Normas Regulamentadoras, o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a implementação de boas práticas de prevenção.
Como fazer a gestão de uma obra?
A gestão de obras é uma disciplina horizontal, sob a qual se submetem diversas especialidades da Construção Civil. Abaixo, detalhamos um passo a passo abrangente, para contemplar os aspectos mais comuns na realização de uma obra.

1) Planejamento inicial e compatibilidade com os objetivos do projeto
O planejamento inicial é a etapa em que se pensam e se organizam o escopo e o objetivo do projeto, em que se definem as diretrizes de gerenciamento de cada subárea e suas inter-relações. De modo geral, nesta fase os processos de gestão contemplam:
- Definir como o projeto será executado, monitorado, controlado e encerrado;
- Definir as atividades necessárias para que o projeto seja realizado;
- Definir as regras para que as áreas de gerenciamento trabalhem de forma coesa;
- Estabelecer os limites do projeto para que apenas o trabalho necessário para completar o projeto seja realizado.
2) Definição de orçamento e controle financeiro
Esta fase se concentra em estimar os custos de recursos, mão de obra, materiais e outros gastos diretos e indiretos, consolidando tudo em um orçamento detalhado.
Ferramentas como o Sienge Plataforma tornam o gerenciamento financeiro mais preciso e eficiente, permitindo um acompanhamento em tempo real dos custos. Os processos de gestão financeira incluem:
- Estimar os custos e elaborar um orçamento detalhado da obra;
- Implementar sistemas de controle financeiro;
- Acompanhar os indicadores de desempenho financeiro da obra;
- Avaliar continuamente as diferenças entre os custos previstos e os reais, aplicando correções para manter o orçamento alinhado.
3) Verificação de adequação às normas de segurança do trabalho
Esta etapa garante que todas as atividades da obra estejam em conformidade com as normas de segurança do trabalho, assegurando a implantação e a manutenção de um canteiro organizado e mais seguro para todos que circulam nele e em seu entorno.
Os processos de gestão de segurança contemplam:
- Identificar o acervo de normas aplicáveis ao projeto, como a NR 18 e a NR 1;
- Elaborar documentos como o Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR);
- Definir a instalação e aquisição de Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva (EPIs e EPCs);
- Implementar programas de treinamento sobre segurança para todos os trabalhadores;
- Realizar auditorias de segurança regulares para identificar e mitigar riscos;
- Estabelecer procedimentos de emergência em caso de acidentes.
4) Manter documentação necessária para a gestão de obras
Os documentos devem seguir uma versão mestre e padronizada por um sistema de gestão, até visando as futuras auditorias pelas quais a obra irá passar. Além dos registros físicos, devem ser manipulados em nuvem e armazenados pelo prazo estipulado. São eles:
Controle administrativo:
- Pessoal (contratação, férias e folgas de campo);
- Fornecedores (de comida, de água, de material de construção, de abastecimento e de moradia);
- Ferramental.
Controle de materiais:
- Controle de recebimento (assinado pelo cliente e pelo construtor).
Controle de equipamentos:
- Controle diário;
- Checklist de segurança (assinado pelo condutor).
Controle de serviços:
- Procedimentos, verificações em campo e em fábrica.
QSMS (Qualidade, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente)
- Controle de EPI (Equipamento de Proteção Individual);
- Análise Preliminar de Risco (APR).
5) Contratação de fornecedores e terceirizados
A seleção e a contratação de fornecedores e mão de obra terceirizada devem garantir que todos os parceiros do projeto atendam aos padrões de qualidade e eficiência da construtora.
A adoção de critérios objetivos, neste momento, é fundamental para o sucesso do projeto. As ações incluem:
- Avaliar a qualificação e a experiência dos fornecedores e terceirizados;
- Negociar contratos que reflitam as necessidades do projeto, incluindo prazos e padrões de qualidade;
- Estabelecer critérios claros de desempenho e mecanismos de acompanhamento.
6) Gestão eficiente de pessoas e equipes
Aqui, a organização envolve contratar e capacitar os profissionais e montar as equipes técnicas (estagiários, engenheiros, técnicos) e operacionais (mestres de obra, equipes de assistência técnica etc.) para maximizar a produtividade e a colaboração.
Este processo abrange:
- Definir claramente os papéis, responsabilidades e objetivos para cada profissional;
- Promover treinamentos;
- Dimensionar as equipes de obra e como serão alocadas;
- Implementar sistemas de feedback e avaliação de desempenho.
7) Controle de qualidade da execução
Aqui, a gestão prioriza a monitorização contínua da execução do projeto para assegurar a conformidade aos padrões de desempenho e às normas técnicas. As práticas incluem:
- Levantar os requisitos de qualidade e as normas técnicas aplicáveis;
- Estabelecer procedimentos e frequência de inspeções dos materiais e da execução;
- Corrigir desvios e implementar ações corretivas quando necessário;
- Documentar todas as verificações e resultados de controle de qualidade.
8) Gestão de mudanças, interferências e riscos
Esta fase envolve a identificação, análise e resposta a mudanças, interferências e riscos que possam surgir durante a execução da obra. Uma gestão de mudanças proativa é essencial para manter o projeto alinhado aos seus objetivos.
As estratégias incluem:
- Identificar, classificar e priorizar os riscos potenciais nas demais áreas de gerenciamento;
- Elaborar os planos de ação correspondentes;
- Monitorar continuamente a execução da obra projeto para identificar e responder a interferências;
- Comunicar mudanças a todas as partes interessadas.
9) Comunicação transparente com o cliente e demais stakeholders
Em projetos complexos como uma obra de grande porte, é essencial elaborar um plano de comunicação sistemático com todas as partes interessadas. Neste campo de gerenciamento, as ações incluem:
- Mapear os stakeholders (partes interessadas) do projeto, incluindo clientes, vizinhança, fornecedores, funcionários, investidores, diretoria, concessionárias, projetistas etc.;
- Envolver os stakeholders nas decisões críticas do projeto;
- Estabelecer canais de comunicação eficientes e regulares, incluindo a prática de gestão à vista;
- Fornecer atualizações periódicas sobre o progresso e quaisquer desafios enfrentados.
10) Encerramento do projeto e sua avaliação
Na fase de encerramento, as entregas são formalmente aceitas e o projeto é avaliado. Este momento é crucial para compreender as lições aprendidas e desenvolver os processos para obras futuras. Esta etapa prevê ações como:
- Realizar reuniões de encerramento para documentar a conclusão das tarefas;
- Avaliar o desempenho do projeto em relação aos seus objetivos iniciais;
- Documentar as lições aprendidas para melhorar processos futuros.
Dicas para uma gestão de obras eficiente
Já deve ter ficado claro para você que a gestão de obras exige atenção constante a detalhes práticos do dia a dia no canteiro. Para além dos conceitos estratégicos, são as decisões operacionais, a qualidade da comunicação e a organização dos recursos que mantêm o projeto nos trilhos.
A seguir, veja algumas dicas essenciais (e muitas vezes negligenciadas) para garantir uma gestão realmente eficaz.
Elabore e revise o planejamento do canteiro
A organização física do canteiro influencia diretamente a produtividade. Planejar o fluxo de tráfego de pessoas e materiais, o posicionamento das instalações provisórias e o uso de equipamentos de transporte reduz deslocamentos desnecessários, aumenta a segurança e otimiza o tempo de execução das atividades. A revisão periódica desse planejamento é essencial à medida que a obra avança.
Mantenha atenção especial aos imprevistos
Imprevistos são inevitáveis na Construção Civil — sejam eles logísticos, climáticos ou operacionais. Para enfrentá-los, é necessário manter um plano de contingência atualizado e um orçamento sólido, que contemple inclusive despesas indiretas e margem para ajustes. O acompanhamento diário do canteiro permite identificar desvios rapidamente e agir antes que os problemas se tornem críticos.
Adote uma postura preventiva frente ao desperdício
O controle de materiais e estoques, embora muitas vezes negligenciado, é um dos pilares da sustentabilidade financeira da obra. Sem uma rotina de verificação, perdas por avarias, sobras ou extravios podem gerar prejuízos significativos. Ter um processo de controle de entrada e saída de materiais, aliado a inventários regulares, contribui para reduzir desperdícios e aumentar a eficiência.
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Use um sistema integrado de gestão de obras
Contar com um sistema de gestão que centralize as informações da obra é fundamental para garantir agilidade, precisão e integração entre as equipes de campo e de escritório. Com uma plataforma adequada, é possível controlar cronogramas, materiais, custos, produtividade e até o relacionamento com clientes, tudo em um único ambiente, permitindo decisões rápidas e fundamentadas.
Considere os impactos ambientais na obra
A gestão de obras também deve incluir práticas sustentáveis, tanto para atender às exigências legais quanto para gerar valor ao empreendimento. Desde o reuso da água e a gestão de resíduos até o uso de tecnologias para reduzir o consumo energético, cada ação faz diferença. Além disso, obras com certificações ambientais, como o selo LEED, tendem a ser mais valorizadas pelo mercado.
Escolha profissionais com perfil técnico e visão integrada
Um bom gestor de obras precisa mais do que formação técnica: ele deve ter visão holística do projeto, entender a integração entre orçamento, projeto e execução, além de saber liderar equipes e lidar com imprevistos. Habilidades como comunicação eficaz, criatividade para resolver problemas e capacidade de tomar decisões rápidas são diferenciais importantes para o sucesso da gestão.
Quem pode fazer gestão de obras?
Implantar e manter uma boa gestão da obra requer pelo menos um profissional dedicado à função, com experiência e capacitação técnica. Esse especialista é essencial para integrar processos, equipes e tecnologias ao longo de todo o ciclo construtivo.
Tanto arquitetos quanto engenheiros civis estão legalmente habilitados, no Brasil, para atuar na gestão de obras.
Nas construtoras e incorporadoras, esses profissionais podem assumir cargos com nomes diversos, incluindo gerente de obras, coordenador de obras, gerente técnico, gerente de projeto, gerente de construção ou gerente de engenharia.
Segundo o Mapa de Carreiras do Portal Vagas, o salário médio de um gerente de obras gira em torno de 7 salários mínimos (R$ 10,6 mil, em valores de 2025). Pode atingir valores ainda mais altos, acima dos 11 salários mínimos (R$ 16,6 mil, em 2025), dependendo da experiência e do porte da empresa em que trabalha.
Além dos conhecimentos técnicos nas áreas de gerenciamento que mostramos anteriormente, o profissional precisa desenvolver habilidades comportamentais — as chamadas soft skills — específicas para exercer o cargo com mais eficiência:
- Comunicação eficaz: capacidade de transmitir informações de forma clara e concisa, facilitando a negociação e a resolução de conflitos;
- Visão crítica e analítica: habilidade para analisar situações complexas, prever problemas potenciais e integrar diferentes fases do projeto;
- Capacidade de negociação: competência para negociar contratos, prazos e custos, garantindo os melhores termos para o projeto;
- Visão holística: entendimento abrangente do projeto, permitindo a coordenação eficiente de todas as suas partes;
- Criatividade e inovação: paixão por encontrar soluções criativas para desafios, promovendo a inovação no processo de construção.
A importância da liderança descentralizada na gestão
A gestão de obras não depende apenas da figura de um único líder centralizador. Para alcançar resultados consistentes e escalar a atuação em múltiplos projetos, é essencial desenvolver a liderança distribuída dentro da equipe.
Formar e capacitar outros líderes no canteiro, delegar responsabilidades com clareza e estimular que esses profissionais multipliquem conhecimento gera um ciclo virtuoso de autonomia e eficiência. Essa descentralização planejada é um forte indicador de maturidade da gestão, permitindo que o gestor principal atue de forma mais estratégica e assuma novas frentes com segurança.
Implementar rotinas de gerenciamento com a participação ativa da equipe e estabelecer indicadores que permitam avaliar o desempenho de cada etapa são medidas fundamentais para garantir que o processo esteja fluindo bem. Com esse nível de organização e cultura de liderança, é possível gerenciar mais projetos ao mesmo tempo, mesmo que menores, com maior controle e rentabilidade.
Software de gestão de obra: por que utilizar tecnologia?
A complexidade da gestão de obras exige muito mais do que planilhas e controles manuais. Lidar com cronogramas, orçamentos, fornecedores, equipes e documentação ao mesmo tempo, em mais de uma obra, torna essencial o uso de um software especializado que centralize todas essas informações.
Contar com uma plataforma de gestão integrada traz uma série de benefícios que impactam diretamente no desempenho da sua construtora:
- Organização de processos: um software de gestão permite padronizar rotinas e revisar os processos existentes, o que aumenta a produtividade e reduz erros operacionais.
- Ambiente de trabalho mais eficiente: com menos falhas de comunicação e tarefas duplicadas, a equipe trabalha com mais clareza, engajamento e alinhamento entre os setores técnico e administrativo.
- Comunicação em tempo real: todas as informações ficam centralizadas na nuvem e podem ser acessadas de qualquer lugar. Isso evita desencontros e retrabalhos, facilitando o acompanhamento de cada etapa da obra.
- Qualidade na tomada de decisões: a plataforma oferece dados confiáveis, atualizados e organizados, o que permite decisões mais rápidas e estratégicas — principalmente em obras simultâneas ou de grande porte.
- Agilidade na resolução de problemas: a gestão integrada facilita a identificação de falhas e a execução de ações corretivas imediatas, evitando que pequenos desvios se transformem em grandes prejuízos.
- Otimização de tempo e recursos: automatizar tarefas operacionais e reduzir o uso de papéis libera o gestor para focar no que realmente importa: a performance da obra e a satisfação do cliente.
Além disso, um bom software de gestão deve permitir a integração com outras ferramentas importantes do dia a dia, como plataformas de planejamento (como a Prevision), sistemas contábeis, soluções de RH, bancos de composições de custos e até ERPs corporativos.
Hoje, essas soluções estão acessíveis mesmo para construtoras de pequeno e médio porte e podem representar o diferencial competitivo que a sua empresa precisa para crescer com segurança, controle e rentabilidade.
Outras ferramentas para se realizar uma boa gestão de obra
As ferramentas de gestão de obra são um importante apoio tecnológico para o trabalho dos profissionais à frente dos projetos de construção. A digitalização dos processos moderniza o dia a dia do gestor, trazendo diversos benefícios para as construtoras.
Entre as principais ferramentas disponíveis, destacam-se:
BIM (Building Information Modeling)
O BIM facilita a visualização tridimensional dos projetos, otimizando o acompanhamento de cronogramas, orçamentos e especificação de materiais.
Gestão de projetos
Softwares como o Construmanager tornam mais fácil a visualização das etapas do projeto e aprimoram a comunicação entre as equipes, oferecendo clareza nas informações e facilitando entregas dentro dos prazos desde o início.
Planejamento e controle
Soluções como a Prevision, baseadas na filosofia do Lean Construction, tornam mais eficiente e intuitiva a elaboração do planejamento da obra, com base em cronogramas, Estruturas Analíticas de Projeto, linhas de balanço, kanbans e dashboards, além de facilitar a medição em obra com o app para dispositivos móveis.
Gestão da Qualidade
Concebidas para facilitar a gestão de obra e da qualidade, soluções como o Sienge Construpoint digitalizam ferramentas como Fichas de Verificação de Materiais (FVM) e Serviços (FVS), Diário de Obras, checklists, entre outros.
CRM (Customer Relationship Management)
Sistemas como o CV CRM facilitam o gerenciamento do relacionamento com clientes e a integração com outras ferramentas de gestão, otimizando os processos de venda e de lançamento de empreendimentos.
Controle de insumos da obra
Para ampliar a sua rede ou encontrar novos fornecedores, o Sienge Construcompras é uma excelente opção. Com a ferramenta, você consegue criar workflows com os insumos da obra, fazer cotações, selecionar e comparar múltiplos fornecedores e muito mais.
Qual o impacto de um bom planejamento na gestão de obras?
O planejamento de obras é o momento em que se visualiza o horizonte de tempo de execução do projeto e se organizam as atividades em uma sequência lógica, considerando, inclusive, sua dimensão espacial.
Para elaborar o cronograma da obra, cada serviço é analisado a partir de suas interdependências, de suas durações estimadas e dos recursos necessários para completar o projeto dentro do prazo estipulado.
Ao associar as informações do cronograma com os desenhos técnicos, surge o planejamento das frentes de serviço, que fornece uma visão abrangente do processo construtivo.
Entre os processos elaborados na fase de planejamento estão:
- Planejamento das fases da obra em nível macro (longo prazo);
- Programação de médio e curto prazo (mensal, quinzenal ou semanal, diária);
- Definição dos planos de ataque e das frentes de serviço.
Quando alinhado com a gestão de obras, esse planejamento é acompanhado de perto e revisado continuamente até a conclusão do projeto, incluindo atividades como:
- Medição periódica do avanço da obra;
- Monitoramento e controle do cronograma a partir de indicadores de prazo;
- Reprogramação e replanejamento das atividades, quando necessário.
A integração entre as duas disciplinas – planejamento e gestão – traz ganhos exponenciais para o projeto, sob a ótica da eficiência e da qualidade, com impacto direto na satisfação dos clientes. Veja alguns dos benefícios percebidos por quem adota a estratégia:
- Redução de custos;
- Cumprimento de prazos;
- Melhoria na qualidade;
- Maior controle e gestão de riscos;
- Comunicação mais eficiente;
- Maior satisfação do cliente;
- Aumento da segurança.
FAQ: Dúvidas frequentes sobre a gestão de obras
Vamos recapitular os principais pontos deste artigo para que você consiga consultar com mais facilidade sempre que precisar, ou mesmo compartilhar com sua equipe as principais informações que aprendeu aqui.
A gestão de obras é a prática que conecta o planejamento à execução de um projeto na Construção Civil, com foco no controle de prazos, custos, qualidade e segurança. Ela envolve o acompanhamento de todas as etapas da obra, a coordenação das equipes, a gestão de recursos e a tomada de decisões com base em dados.
Segundo o Mapa de Carreiras do Portal Vagas, o salário médio de um gestor de obras gira em torno de R$ 10,6 mil por mês, podendo ultrapassar R$ 16,6 mil em empresas maiores ou conforme a experiência do profissional.
No Brasil, Engenheiros Civis e Arquitetos são os profissionais legalmente habilitados para atuar na gestão de obras. Eles podem ocupar cargos como gerente de obras, coordenador técnico, gerente de engenharia ou gerente de construção.
O gestor de obra é o responsável por planejar, organizar, coordenar e acompanhar a execução do projeto. Suas funções envolvem controle de orçamento, cronograma, qualidade, segurança, equipe e fornecedores. Além das competências técnicas, ele também precisa desenvolver habilidades de liderança, comunicação e gestão de conflitos.
Conclusão
A gestão de obras é uma disciplina indispensável para organizar a complexidade das atividades de Construção Civil, contribuindo para que os projetos mantenham sua aderência aos prazos e custos planejados e, em última análise, se confirmem economicamente viáveis.
Suas práticas atuais são fruto de uma evolução contínua de mais de um século, originadas majoritariamente no setor industrial. Um bom exemplo é o Lean Construction e o conceito de melhoria contínua, que têm raízes na indústria automotiva.
O sucesso dos projetos de construção passa pela liderança de profissionais de gestão experientes e qualificados, com uma visão holística da obra que inclui a definição de escopo, o planejamento físico e financeiro, o controle da qualidade, a segurança do trabalho, entre outros aspectos importantes.
E isso, atualmente, só é possível com o apoio de ferramentas digitais como o Construmanager, o Sienge Plataforma, a Prevision, o Sienge Construpoint, o CV CRM e o Sienge Construcompras, que proporcionam produtividade e economia para os gestores de obra.
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