• A gestão financeira na Construção Civil é essencial para a estabilidade econômica da empresa, controle de custos e uso eficiente de recursos
  • As construtoras lidam com projetos de grande porte, investimentos elevados e prazos longos, exigindo alinhamento constante entre áreas
  • A gestão financeira deve ir além do controle de custos, fornecer previsibilidade nos orçamentos e atuar como proteção contra riscos que podem comprometer o desempenho da empresa.

Na Construção Civil, a gestão financeira é responsável por promover a estabilidade econômica da empresa, controlar os custos dos empreendimentos e assegurar o uso eficiente dos recursos. Trata-se de uma função essencial que impacta diretamente o cumprimento dos prazos e a sustentabilidade do negócio.

Geralmente, as construtoras e incorporadoras lidam com orçamentos elevados, prazos longos, múltiplos contratos e um fluxo de caixa que depende do avanço físico das obras. Por estes motivos, o setor financeiro precisa atuar em alinhamento constante com as demais áreas da empresa, como planejamento e a própria execução no canteiro.

Mas como fazer isso da melhor forma? Neste conteúdo, responderemos a essa e muitas outras perguntas. Aqui você vai encontrar uma visão completa sobre como funciona a gestão financeira em empresas da Construção Civil, quais as rotinas, desafios, o que faz o profissional que atua nessa área, quais as práticas recomendadas, e muito mais.

O que é gestão financeira na Construção Civil?

Basicamente, a gestão financeira na Construção Civil tem o objetivo de gerenciar e controlar os recursos financeiros da empresa de forma estratégica — ou seja, um setor determinante para o sucesso não só dos empreendimentos como da construtora como um todo. 

Diferente de outros setores, esse segmento trabalha com projetos de grande porte, investimentos elevados, longos prazos de execução (que às vezes se tornam prazos apertados), além de múltiplas variáveis que impactam diretamente os resultados financeiros.

Os responsáveis pela área precisam lidar com oscilações no preço de materiais, mudanças regulatórias, custos com mão de obra e até impactos climáticos que afetam prazos e orçamentos. Margens de erro reduzidas exigem maior precisão na previsão de custos, controle de despesas e administração do fluxo de caixa.

Por este motivo, a boa gestão financeira deve ir além do mero controle de custos e da atuação reativa e emergencial, como costuma acontecer na Construção Civil. Pelo contrário: deve fornecer previsibilidade nos orçamentos para evitar problemas. Além disso, deve atuar também como proteção contra riscos que podem comprometer o desempenho e a reputação da empresa.

Em construtoras e incorporadoras, a gestão financeira deve conectar todas as fases do empreendimento: da análise de viabilidade ao pós-obra. Deve criar um equilíbrio entre receita e despesa, acompanhar indicadores de rentabilidade, sustentar as tomadas de decisão, entre outros.

Empresas que conseguem desenvolver uma gestão financeira sólida têm mais capacidade de oferecer preços melhores, manter a qualidade em todos os empreendimentos e fortalecer parcerias com fornecedores. Portanto, essa área acaba sendo um dos pilares mais críticos para a estabilidade e o crescimento sustentável dentro do ambiente desafiador da Construção Civil.

Por que a gestão financeira é essencial na Construção Civil?

A Construção Civil é caracterizada por projetos de alta complexidade que envolvem grandes volumes de capital, múltiplas frentes de trabalho e prazos longos. Nesse cenário, a gestão financeira se torna essencial para manter o equilíbrio econômico dos empreendimentos e a saúde financeira da empresa.

O ciclo de caixa no setor costuma ser extenso e diretamente dependente do andamento das obras. Entradas e saídas de recursos precisam estar alinhadas ao cronograma físico-financeiro, exigindo um controle rigoroso para evitar desequilíbrios que comprometam a operação. Atrasos em recebíveis, aditivos não previstos e variações no custo de insumos são riscos frequentes que afetam o fluxo financeiro, por exemplo.

Além disso, sabemos que qualquer descompasso entre planejamento e execução pode gerar impactos significativos na lucratividade dos projetos. Um orçamento mal gerido ou sem acompanhamento pode levar a prejuízos acumulados ao longo da obra, afetando não só a margem do empreendimento, mas a sustentabilidade de toda a empresa.

Uma gestão financeira eficiente permite antecipar esses cenários críticos e se preparar para essas situações, criando planos de contingência e tomando decisões baseadas em dados. É isso que vai fortalecer a previsibilidade e a capacidade de resposta diante dos imprevistos, ajudando a manter o desempenho mesmo em contextos de instabilidade.

Por essas razões, a gestão financeira está no centro das decisões estratégicas da Construção Civil. É ela que assegura o uso racional dos recursos e protege o negócio contra riscos que, se não forem controlados, podem comprometer o futuro da empresa.

Rotinas do setor financeiro em construtoras  

Existem diversas rotinas que devem compor a gestão financeira e orçamentária em construtoras e incorporadoras, e é fundamental que sejam bem definidas, padronizadas e integradas aos demais setores para um bom resultado. 

A seguir, elencamos as 10 principais práticas que estruturam a rotina do setor financeiro na Construção Civil:

1. Controle de vendas

Atualizar diariamente as vendas realizadas é um dos principais passos para acompanhar o desempenho comercial da construtora. No entanto, mais importante do que registrar unidades vendidas é comparar os valores recebidos com os custos envolvidos. Esse processo permite identificar a margem de lucro efetiva de cada operação e fornece dados estratégicos para avaliação de metas, precificação e tomada de decisão comercial.

2. Controle de caixa

O caixa registra todas as entradas e saídas financeiras da empresa. Esse controle deve ser feito diariamente e serve tanto para atualizar o saldo disponível quanto para identificar desvios ou erros de lançamento. Além disso, é o ponto de partida para a elaboração do fluxo de caixa, pois permite que a empresa antecipe necessidades de capital ou períodos de maior folga financeira.

3. Contas a pagar

Essa rotina envolve o gerenciamento de todas as obrigações financeiras da empresa, incluindo fornecedores, folhas de pagamento, encargos, impostos, contratos, enfim, tudo aquilo que a construtora precisa pagar para continuar funcionando. Um bom controle dessas contas permite evitar atrasos, multas e juros, além de facilitar a negociação de prazos com credores. Também ajuda a priorizar pagamentos em situações de aperto no caixa.

Planilha de Contas a Pagar

4. Contas a receber

Aqui entram todas as vendas já realizadas, mas ainda não recebidas — como parcelas de imóveis vendidos, boletos emitidos ou pagamentos a prazo. O controle de contas a receber possibilita projetar as entradas futuras, acompanhar a inadimplência, negociar condições com clientes, mantendo, assim, o fluxo de caixa saudável.

5. Fluxo de caixa

Mais do que um espelho do caixa atual, o fluxo de caixa projeta o comportamento financeiro da empresa ao longo do tempo. É por meio dele que se identifica a necessidade de ajustes, cortes, renegociações ou novos investimentos. Essa rotina deve considerar todas as receitas e despesas previstas em diferentes horizontes: diários, semanais, quinzenais ou mensais, a depender do porte da empresa.

6. Alinhamento com estoque e compras

Na Construção Civil, o controle de estoque está diretamente ligado à eficiência da obra. Um bom gerenciamento evita compras desnecessárias, desperdícios e atrasos causados por falta de materiais. Também permite cruzar dados de orçamento, consumo real e previsão de novas compras, otimizando os recursos disponíveis.

7. Controle bancário

Como grande parte das movimentações passa por instituições financeiras, essa rotina verifica se todos os lançamentos registrados internamente coincidem com os extratos bancários. Serve para identificar divergências, prevenir fraudes e se certificar de que os dados contábeis reflitam a realidade da empresa.

8. Controle de capital de giro

O capital de giro representa os recursos que mantêm a empresa em funcionamento, cobrindo compras, salários, impostos, manutenção de estoque e outras despesas operacionais. Controlar essa estrutura é essencial, principalmente para empresas que vendem a prazo e compram à vista. Entender como os prazos de pagamento e recebimento afetam a liquidez é fundamental para evitar gargalos operacionais.

9. Orçamento de obras

É a base financeira de qualquer projeto. Um orçamento bem elaborado estima os custos da obra considerando materiais, mão de obra, encargos, infraestrutura e despesas indiretas. Durante a execução, é preciso comparar o planejado com o realizado para identificar desvios e manter a obra dentro do custo previsto. Estimar corretamente os índices de produtividade, impostos e taxas também é parte importante dessa rotina.

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Desafios da gestão financeira na Construção Civil

Mesmo com as rotinas bem aplicadas, a gestão financeira da obra ainda pode enfrentar uma série de desafios que, se não forem tratados com atenção e agilidade, podem comprometer a rentabilidade dos projetos e a estabilidade da empresa. 

Vamos ver alguns dos principais:

Desvios de orçamento

Um dos problemas mais recorrentes no setor é a diferença entre o orçamento planejado e os custos reais da obra. Isso pode ocorrer tanto por variações de preço de insumos quanto por falhas no controle das etapas do projeto. O maior risco, no entanto, não está apenas no desvio em si, mas na falta de visibilidade e de resposta rápida quando ele acontece.

Inadimplência de clientes

As vendas parceladas são comuns na Construção Civil, o que exige um controle rigoroso das contas a receber. Quando não há acompanhamento contínuo da adimplência, o impacto no fluxo de caixa pode ser significativo, dificultando o cumprimento de obrigações financeiras e a continuidade das obras.

Falta de integração entre planejamento, obra e financeiro

Muitas construtoras ainda operam com processos manuais ou sistemas descentralizados. Isso cria um cenário em que o planejamento está em uma planilha, o engenheiro em campo toma decisões com dados desatualizados e o financeiro perde a previsibilidade dos custos. A ausência de integração atrasa a identificação de desvios e impede a análise em tempo real da situação econômica da obra.

Mudanças no cenário político e econômico

Variações em políticas públicas, alterações tributárias, inflação, juros elevados e escassez de crédito impactam diretamente o setor. A gestão financeira precisa estar preparada para reagir a esses fatores com agilidade e visão estratégica, ajustando projeções e reavaliando investimentos sempre que necessário.

A superação desses desafios exige a adoção de ferramentas especializadas, processos integrados e uma cultura de controle financeiro contínuo. Sem isso, manter a previsibilidade e a saúde econômica dos projetos se torna cada vez mais difícil.

Como fazer a gestão financeira de uma obra?

Na Construção Civil, é importante diferenciar dois níveis de atuação: o controle financeiro da construtora como um todo e o controle financeiro específico de cada obra. Enquanto o primeiro abrange aspectos mais amplos, como capital de giro, estrutura administrativa e investimentos corporativos, o segundo se concentra na viabilidade e no desempenho econômico de cada projeto executado.

O controle financeiro de obras tem como objetivo manter os custos dentro do previsto, fazer com que os recursos sejam utilizados de forma eficiente e que o andamento da obra esteja sempre alinhado ao orçamento. 

A seguir, veja os principais passos para uma boa gestão financeira de obra:

1) Planejamento financeiro do projeto (orçamento)

Antes de iniciar a obra, é indispensável elaborar um planejamento financeiro detalhado, ou seja, um orçamento da obra. Nele devem constar todos os custos envolvidos no projeto, como mão de obra, materiais, locação de equipamentos, encargos, licenças e despesas indiretas. Esse documento serve como base para todo o controle que será feito depois, durante a execução.

Orçamento de Obras

2) Comparação entre o previsto e o realizado

Ao longo da obra, é necessário confrontar regularmente o que foi orçado com o que de fato está sendo executado. Essa prática permite identificar variações de custo, ajustes no escopo ou atrasos que possam impactar o orçamento. Detectar essas diferenças com rapidez e antecedência é fundamental para a saúde financeira do projeto.

3) Revisão contínua do orçamento

Sabemos que a realidade da obra muda constantemente. Por isso, alterações no cronograma, reajustes de preços e mudanças técnicas devem ser atualizadas periodicamente no planejamento financeiro. Essa revisão mantém as projeções coerentes com o andamento real do projeto, aumentando a previsibilidade.

4) Integração com o time de engenharia

A gestão financeira na Construção Civil só funciona quando há troca de informações entre o setor financeiro e a equipe de campo. Acompanhar o avanço físico da obra, entender os pedidos de compra e alinhar decisões é indispensável para evitar falhas de comunicação que podem gerar custos inesperados.

5) Uso de ferramentas especializadas

A adoção de sistemas de gestão com foco em Construção Civil permite monitorar as finanças da obra em tempo real. Hoje em dia, softwares como ERPs ajudam a consolidar dados, gerar relatórios automatizados e conectar as áreas de orçamento, planejamento e execução em uma única plataforma, elevando o nível da gestão financeira da empresa.

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Integração entre financeiro, planejamento e canteiro de obras

Um dos maiores desafios da gestão financeira na Construção Civil é manter o alinhamento entre as áreas que atuam diretamente na obra: planejamento, engenharia e financeiro. Quando esses setores trabalham de forma isolada, as chances de ocorrerem surpresas no orçamento aumentam significativamente. 

Falta de informação, decisões baseadas em dados desatualizados e atrasos na comunicação impactam significativamente os resultados dos projetos.

Por outro lado, a integração entre o planejamento e a gestão financeira permite que os dados sobre cronograma, consumo de recursos, execução de etapas e projeções orçamentárias estejam atualizados e acessíveis em tempo real para todos os envolvidos. Essa conexão direta entre escritório e canteiro melhora a previsibilidade e a capacidade de reação a qualquer imprevisto que possa afetar o andamento da obra.

Com as ferramentas adequadas, é possível centralizar em um só lugar as principais informações do projeto — como avanço físico, custos já realizados, despesas previstas e datas atualizadas de execução. Assim, o setor financeiro consegue antecipar possíveis necessidades de caixa e fazer ajustes necessários conforme a evolução do cronograma.

Diferenças na gestão financeira de pequenas e médias construtoras 

A gestão financeira em pequenas e médias construtoras apresenta particularidades que exigem atenção redobrada. Diferentemente de grandes empresas, as construtoras menores  geralmente operam com estruturas enxutas, capital mais limitado e acesso restrito a linhas de financiamento. Isso faz com que a administração dos recursos precise ser extremamente eficiente e adaptada à realidade da empresa.

Enquanto grandes construtoras podem contar com departamentos financeiros mais completos, ferramentas sofisticadas e maior margem para absorver imprevistos, as pequenas e médias dependem de uma maior precisão no controle diário e da agilidade para responder aos problemas. 

Por outro lado, essas empresas também contam com a vantagem da proximidade entre os gestores e as operações, já que não existem tantas etapas burocráticas dentro da empresa. Isso possibilita um acompanhamento mais próximo dos indicadores financeiros, permitindo decisões rápidas e ajustadas à realidade do canteiro.

Inclusive, a gestão financeira, quando bem organizada, se torna um diferencial competitivo para esse perfil de construtora que ainda tem muito espaço para crescer no mercado.  

Dicas práticas para pequenas e médias construtoras

Algumas dicas úteis para pequenas e médias construtoras que desejam otimizar suas áreas de gestão, são: 

  1. Planejamento financeiro estratégico: projete o fluxo de caixa com base nos cronogramas das obras, considerando períodos de maior demanda por capital. Antecipar necessidades ajuda a evitar paralisações e melhora a tomada de decisão;
  2. Controle rigoroso de custos: revise regularmente os gastos da obra e os custos fixos da empresa. Um controle eficaz permite identificar desperdícios e oportunidades de economia;
  3. Análise de viabilidade de projetos: avalie a viabilidade financeira antes de iniciar qualquer novo projeto. A análise criteriosa evita assumir obras que comprometam o caixa ou tragam riscos excessivos;
  4. Manutenção de reservas de emergência: tenha um fundo de reserva para lidar com variações de preço de materiais, atrasos em repasses ou imprevistos no canteiro. Isso garante resiliência financeira;
  5. Uso de ferramentas de gestão: adote um sistema que integre as áreas financeira, orçamentária e operacional. Ferramentas específicas para Construção Civil, voltadas para médias ou pequenas construtoras, como o Gestor Obras, por exemplo, aumentam ainda mais a eficiência e melhoram o controle dos dados. 

Perfil e atuação do profissional de gestão financeira na Construção Civil 

O profissional de gestão financeira na Construção Civil desempenha um papel estratégico na rentabilidade das empresas do setor. Sua atuação vai além do controle de receitas e despesas, abrangendo o planejamento financeiro de obras, análise de viabilidade de projetos e integração com outras áreas, como engenharia e compras.

Principais cargos e responsabilidades

Gerente Financeiro

Responsável por gerenciar todas as finanças da empresa ou projeto, desde o planejamento até a conclusão. Elabora e implementa políticas financeiras, monitora o fluxo de caixa, gerencia os riscos financeiros e apresenta relatórios aos acionistas e investidores.

Analista Financeiro

Analisa dados financeiros e de investimento dos projetos. Utiliza ferramentas de análise para auxiliar na tomada de decisões, avalia o desempenho financeiro e identifica oportunidades de melhoria.

Controller Financeiro

Foca no controle de custos e na garantia de que os projetos estejam dentro do orçamento. Elabora políticas de controle de custos, monitora orçamentos e realiza projeções financeiras.

Assistente Financeiro

Atua no controle das finanças da empresa ou projeto, colaborando com equipes de gestão, compras e estoque. Realiza fluxo de caixa, verifica notas fiscais, monitora pagamentos e emite relatórios financeiros.

Áreas de atuação

Esses profissionais podem atuar em diversas áreas dentro da gestão financeira, incluindo:

  • Planejamento financeiro de obras: elaboração de orçamentos e cronogramas financeiros.
  • Gestão de contratos: análise e negociação de termos financeiros.
  • Controle de custos: monitoramento de despesas e identificação de desvios orçamentários.
  • Análise de investimentos: avaliação da viabilidade econômica de novos projetos.
  • Relatórios gerenciais: preparação de documentos para tomada de decisões estratégicas.

Média salarial

As remunerações variam conforme o cargo, localização e a experiência do profissional. Vamos ver algumas médias abaixo segundo o site Glassdoor para cargos na cidade de São Paulo/SP.

  • Gerente Financeiro: média salarial mensal de R$ 9 mil a R$ 17 mil;
  • Analista Financeiro: média salarial de R$ 3 mil a R$ 5 mil;
  • Assistente Financeiro: média salarial de R$ 2 mil a R$ 3 mil.

Indicadores financeiros mais importantes para construtoras 

Monitorar indicadores financeiros é essencial para garantir a saúde econômica das construtoras e o desempenho sustentável dos seus empreendimentos. Esses indicadores ajudam a avaliar a viabilidade dos projetos, acompanhar o desempenho financeiro ao longo da execução e orientar decisões estratégicas com base em dados concretos.

A seguir, veja alguns dos principais indicadores financeiros utilizados na Construção Civil:

Margem de contribuição

A margem de contribuição indica quanto do faturamento de um projeto está disponível para cobrir os custos fixos e gerar lucro. É calculada subtraindo os custos variáveis da receita total. Esse indicador ajuda a identificar quais empreendimentos são mais rentáveis e quais exigem ajustes no modelo de precificação ou no controle de custos.

Ponto de equilíbrio

O ponto de equilíbrio mostra a partir de que valor de receita o empreendimento deixa de operar no prejuízo e passa a gerar lucro. É essencial para avaliar se um projeto é viável financeiramente e quando ele começa a se pagar. Também permite simular cenários com variações de custos e receitas.

Prazo médio de recebimento e pagamento

Esses indicadores apontam, respectivamente, o tempo médio que a construtora leva para receber os valores das vendas e o tempo médio para pagar fornecedores e compromissos. O equilíbrio entre esses prazos é fundamental para manter um fluxo de caixa saudável e evitar a necessidade de capital externo.

Geração de caixa operacional

Reflete a capacidade da construtora de gerar caixa por meio das suas atividades principais. Ao contrário do lucro contábil, esse indicador considera a entrada e saída real de dinheiro, sendo um termômetro direto da liquidez da empresa. É especialmente útil para avaliar a sustentabilidade financeira no curto prazo.

ROI de empreendimentos

O Retorno sobre o Investimento (ROI) mede a rentabilidade de um projeto. É obtido pela divisão do lucro líquido pelo valor total investido. Esse indicador é importante para comparar diferentes empreendimentos, definir prioridades de investimento e justificar decisões estratégicas junto a sócios ou investidores.

Leia mais: Indicadores financeiros de uma empresa: análises fundamentais para a Construção Civil

O papel da tecnologia na gestão financeira de obras

A tecnologia tem se tornado um fator essencial para a evolução da gestão financeira imobiliária. Em um ambiente onde decisões precisam ser tomadas com base em dados confiáveis e em tempo real, ferramentas digitais se tornam aliadas importantes para melhorar o controle, reduzir riscos e aumentar a eficiência das operações

ERPs: controle centralizado

Soluções de ERP (Enterprise Resource Planning) permitem que construtoras unifiquem a gestão financeira com áreas como planejamento, suprimentos e engenharia. Com a automação de processos, é possível reduzir tarefas manuais, minimizar erros e trazer consistência para gestão de pagamentos, recebimentos, orçamentos e controle de contratos.

Dashboards e automação

Ferramentas de visualização como dashboards financeiros permitem acompanhar indicadores em tempo real, como fluxo de caixa, margem de contribuição, prazos médios e andamento orçamentário. Quando integrados a sistemas de gestão de obras, esses painéis facilitam o monitoramento constante e a antecipação de desvios.

A automação na geração de relatórios financeiros elimina o retrabalho com planilhas e reduz falhas humanas. Além disso, permite atualizações frequentes e tomadas de decisão baseadas em informações mais precisas e completas.

Inteligência artificial aplicada às finanças

A inteligência artificial já tem sido aplicada em soluções voltadas para a Construção Civil com foco em trazer mais previsibilidade financeira para o setor. Nesse sentido, o uso de algoritmos ajuda a identificar padrões de comportamento, prever custos futuros, antecipar riscos com base em dados históricos, e muito mais. 

Entre as soluções que vêm se destacando no mercado, podemos citar:

  • Sienge Plataforma: ERP completo voltado para a Construção Civil, que centraliza as informações financeiras, orçamentárias, contratuais e operacionais da empresa. Facilita o controle de fluxo de caixa, pagamentos, recebíveis e relatórios gerenciais, promovendo maior integração entre os setores.
  • Prevision Gestão de Custos: uma plataforma focada em análises de tendência e desembolso, que responde com clareza às perguntas quanto e quando a empresa vai gastar. A solução permite acompanhar a evolução dos custos da obra, comparar a projeção com o plano inicial, identificar economias ou estouros, além de antecipar possíveis impactos no orçamento final e destacar os meses mais críticos em termos de desembolso.
  • Sienge eCustos: solução que facilita a criação e a gestão de orçamentos executivos e composições de preço. Possui uma interface intuitiva e personalizável para elaborar orçamentos com poucos cliques, promovendo economia de tempo e recursos, maior precisão e mais produtividade.

Essas ferramentas, que ainda podem ser utilizadas de forma integrada, ampliam significativamente a capacidade de gestão das construtoras. Elas tornam os processos mais ágeis, reduzem riscos e conectam o planejamento financeiro diretamente à realidade da obra.

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FAQ: Dúvidas frequentes sobre Gestão Financeira

A seguir, reunimos as dúvidas mais comuns sobre gestão financeira na Construção Civil. Este resumo ajuda a revisar os principais conceitos discutidos neste artigo e pode servir como base caso você busque alguma informação específica em algum momento.

1. O que é a gestão financeira na Construção Civil?

A gestão financeira na Construção Civil é o conjunto de práticas voltadas para o controle, planejamento e monitoramento dos recursos financeiros envolvidos nos empreendimentos. Diferente de outros setores, ela precisa considerar as particularidades das obras, como prazos longos, grande volume de insumos, variação de custos e dependência de recebíveis escalonados. Além de organizar contas a pagar e a receber, essa gestão também envolve fluxo de caixa, orçamentos, viabilidade de projetos, integração com o andamento das obras, e muito mais. 

2. Quais são os maiores desafios financeiros enfrentados pelas construtoras?

Entre os desafios mais frequentes da gestão financeira estão os desvios orçamentários, a inadimplência de clientes, a falta de integração entre financeiro e obras e os impactos de fatores externos, como inflação e mudanças tributárias. Esses obstáculos exigem uma gestão ágil, com capacidade de adaptação e controle rigoroso dos fluxos de caixa.

3. Quais as principais rotinas do setor financeiro em construtoras?

A gestão financeira na Construção Civil depende de determinadas rotinas operacionais para trazer os benefícios . Essas atividades, quando bem executadas, formam a base para decisões estratégicas mais seguras.

Entre as principais rotinas estão:

  1. Controle de vendas;
  2. Controle de caixa;
  3. Contas a pagar;
  4. Contas a receber;
  5. Fluxo de caixa;
  6. Alinhamento com estoque e compras;
  7. Controle bancário;
  8. Gestão do capital de giro;
  9. Orçamento de obras;
  10. Uso de tecnologia para acompanhamento e integração das áreas.

A padronização dessas práticas, aliada ao uso de ferramentas especializadas, contribui para uma gestão mais eficiente, com menos riscos e maior capacidade de resposta frente aos desafios do setor.

4. Como fazer uma boa gestão financeira da obra?

Para realizar uma boa gestão financeira em obras, é fundamental estruturar processos claros e adotar ferramentas que ajudem a acompanhar os custos em tempo real. O controle financeiro deve estar alinhado ao cronograma físico da obra e ser integrado ao setor de planejamento e engenharia, evitando surpresas e aumentando a previsibilidade.

Veja os principais passos para organizar esse processo de forma eficiente:

  1. Planejamento financeiro detalhado antes do início da obra;
  2. Registro constante das movimentações financeiras;
  3. Comparação entre o que foi orçado e o que está sendo executado;
  4. Revisão periódica do planejamento conforme mudanças no projeto;
  5. Uso de ferramentas especializadas.

Com esse conjunto de ações, a construtora consegue manter os custos sob controle, garantir o cumprimento do orçamento e tomar decisões baseadas em dados atualizados e confiáveis.

5. Quais indicadores financeiros são mais relevantes na Construção Civil?

Os indicadores financeiros ajudam a avaliar a saúde econômica da empresa e a eficiência dos empreendimentos. Eles são fundamentais para tomar decisões estratégicas e ajustar o rumo dos projetos quando necessário. Os principais são:

  • Margem de contribuição;
  • Ponto de equilíbrio;
  • Prazo médio de recebimento;
  • Prazo médio de pagamento;
  • Geração de caixa operacional;
  • ROI (Retorno sobre Investimento).

6. Como usar IA na gestão financeira?

A inteligência artificial pode ser usada na gestão financeira para automatizar análises, prever cenários e aumentar a precisão na tomada de decisões. Com algoritmos treinados em dados históricos, é possível identificar padrões de gastos, antecipar desvios orçamentários, gerar alertas automáticos e simular impactos financeiros de mudanças no projeto. 

Quando integrada a plataformas de gestão como o Sienge Plataforma, a IA contribui para uma gestão mais estratégica, com respostas mais rápidas e baseadas em dados concretos.

7. O que faz o profissional de gestão financeira na Construção Civil?

Esse profissional é responsável por garantir que os recursos financeiros das obras e da construtora sejam utilizados de forma eficiente, segura e estratégica. Entre suas funções estão o controle de fluxo de caixa, análise de viabilidade de projetos, monitoramento do orçamento, elaboração de relatórios gerenciais e suporte à tomada de decisão. 

Ele também atua na negociação com fornecedores, no acompanhamento de contratos e na integração com as áreas de planejamento, engenharia e suprimentos. Sua atuação é essencial para manter a saúde financeira da empresa e assegurar a rentabilidade dos empreendimentos.

Dicas finais para uma boa gestão financeira em construtoras

Para finalizar este artigo, vamos deixar algumas dicas extras que podem fazer toda a diferença no controle financeiro da Construção Civil. 

Diagnóstico da situação atual

Antes de qualquer mudança na sua gestão, é essencial entender em que ponto a empresa está. Para isso, busque revisar os processos existentes, identificar falhas, mapear riscos e analisar os indicadores dos projetos em andamento. Um bom diagnóstico nessa etapa inicial é ótimo para orientar quais as ações e mudanças funcionarão melhor para sua empresa.

Implantação de sistemas de controle

Controles manuais e planilhas isoladas já não oferecem mais a segurança nem a agilidade que o setor tem exigido. A adoção de sistemas como o Sienge Plataforma e Prevision Gestão de Custos, por exemplo, é cada dia mais indispensável para centralizar as informações e proporcionar maior precisão no acompanhamento financeiro.

Treinamento constante da equipe

O setor financeiro precisa estar alinhado às novas tecnologias, práticas de mercado e mudanças macroeconômicas — como a Reforma Tributária, por exemplo. Por isso, invista em capacitação contínua da sua equipe para mantê-los preparados para operar ferramentas modernas e responder com agilidade às transformações do mercado.

Monitoramento e análise de resultados

Lembre-se de acompanhar e monitorar os resultados financeiros em tempo real, pois é isso que vai permitir identificar desvios e ajustar o rumo antes que os impactos se tornem críticos. A análise periódica dos dados por projeto, o acompanhamento de indicadores e a revisão de metas são práticas que fortalecem a tomada de decisão bem embasada.

Cada decisão financeira pode determinar o ritmo (ou o atraso) de uma obra. Por isso, não há mais espaço para gestões baseadas em suposições. Construtoras que tratam suas finanças com o mesmo rigor com que tratam seus projetos entregam mais, correm menos riscos e constroem resultados mais sólidos. Pense nisso!