Software cognitivo: afinal, inovação e tecnologia combinam com construção civil?

Martha Ramos

Escrito por Martha Ramos

20 de novembro 2019| 9 min. de leitura

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Software cognitivo: afinal, inovação e tecnologia combinam com construção civil?

Implantar o uso da tecnologia no dia a dia das pessoas e, consequentemente, em seus trabalhos já não é novidade para ninguém. Agora, quando se fala em um setor como o da construção civil, que vem de um modus operandi bastante tradicional, como fica a inovação?

É essa pergunta que me proponho a responder neste material sobre software cognitivo. Nele vamos abordar como a computação pode ajudar o ser humano em seu trabalho com otimização, inteligência e eficiência. 

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Conceito de cognição

Para entendermos o conceito de software cognitivo, vamos voltar à origem do termo cognição? O dicionário Houaiss o define como a “capacidade de adquirir conhecimento”. Portanto, podemos dizer que a cognição é o mecanismo humano de compreender as coisas, basicamente isso.

É possível unir a cognição com a computação?

Levando para o âmbito da tecnologia, o chief technology officer do Sienge, Guilherme de Assis Brasil fala do conceito de computação cognitiva que acredita fazer mais sentido. 

A International Business Machines Corporation (IBM) defende o seguinte, que: “apesar de não haver consenso sobre uma definição formal e clara do que é a computação cognitiva, pode-se considerar que é a computação voltada à geração de conhecimento baseado na interpretação e extração de significado dos dados, primariamente não-estruturados, os quais seriam muito difíceis de serem tratados por meio dos sistemas programáveis tradicionais”. 

Ainda nesse universo, ao seguir para a parte mais técnica, nos deparamos com a inteligência artificial. Ela é um conjunto de disciplinas que, juntas, suportam esse modelo de computação cognitiva. 

Para a IBM, essa é “uma área da ciência que tem como objetivo utilizar as máquinas para executarem tarefas humanas de forma autônoma e se desenvolveu em vários ramos, como a robótica, a aprendizagem de máquina, os sistemas especialistas, o processamento de linguagem natural, o reconhecimento de voz, o reconhecimento de visão, a computação neural e a otimização matemática”.

“Então a questão é a seguinte: como que eu saio de algo onde o usuário tem que me informar totalmente o que ele quer fazer, para algo em que percebo qual é a intenção dele, e já entrego uma resposta. Esse é o jeito que mais gosto de entender computação cognitiva”, afirma Brasil. 

Para ele, ao se analisar a história recente da tecnologia, pode-se ver que foram criadas coisas incríveis nos últimos dez, quinze anos. Mas, se olharmos de forma muito fria, o que mais mudou a indústria da tecnologia foram exatamente os mecanismos de interação que a tecnologia tem com as pessoas.

Como estamos propondo a interação entre a tecnologia e a construção civil

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Pensando em como as rupturas tecnológicas têm vindo da forma com que o usuário interage com a máquina é que foi desenvolvido o GO Gestor Obras. Trata-se de um software de gestão voltado para a indústria da construção civil que visa atender micro e pequenas construtoras e incorporadoras. Ele tem a missão de mostrar, na prática, como a tecnologia colabora com o ser humano para torná-lo melhor naquilo que ele faz. 

“O que queremos é fazer um trabalho colaborativo para que, a partir da forma de interação, ela possibilite ao usuário ter uma vida melhor para se preocupar com outras coisas, e não com as que a tecnologia consegue resolver”, frisa Guilherme de Assis Brasil. 

De acordo com a IBM, “sistemas especialistas simulam o raciocínio de um profissional expert em alguma área de conhecimento bem específica, usando inferência para resolver os problemas relacionados a um domínio específico. Utilizam regras heurísticas da mesma forma que nós humanos. Por isso o papel do especialista é fundamental para desenvolver esses sistemas”.

Neste contexto o software cognitivo foi desenvolvido para nos ajudar naquilo em que nós somos fracos, como seres humanos. Afinal, a grande vantagem é que um sistema pode desempenhar determinadas funções, independente de qualquer interferência externa.

Primeiros ganhos com o GO Gestor Obras:

  • O fato de o caminho para chegar nas informações ser do usuário, e não do aplicativo. Ele vai entregar qual é a sua intenção ao questionar sobre determinada informação. Isso tudo na sequência que achar mais lógica, e não da que o software ou o seu desenvolvedor acharem que o cliente tem que seguir. Dessa forma quando há interação, principalmente baseada em processo de linguagem natural, tira-se completamente, a barreira de, quem está utilizando o sistema, ter que se adaptar ao modelo mental do software. Nesse caso acontece o contrário: o software consegue se adaptar ao modelo mental do usuário. 
  • Na indústria em que vivemos existe uma diversidade muito grande de linguagem, da forma como o usuário pede alguma informação. Com o software cognitivo cria-se também uma possibilidade de quebrar essa barreira de aprendizado, afinal, quem está utilizando o sistema não precisa entender a linguagem de quem o criou. Ele pode usar a própria maneira de se expressar, e receber aquelas informações sob a sua própria perspectiva. Um exemplo clássico para esse caso é o fluxo de caixa. Uns podem perguntar se teve fluxo de caixa, outros podem perguntar se tem análise financeira e, outros ainda, se vai faltar dinheiro ou se não vai faltar. Então você tem três formas de perguntar a mesma coisa, para ter o mesmo resultado. 

O uso do software cognitivo também oferece vantagens, tais como:

  • produtividade;
  • pró-atividade;
  • apoio em questões gerenciais e
  • economia.

Guilherme Brasil frisa que, o grande diferencial é: o fato de o software ter nascido do zero, ter sido criado para ser assim, com essa inteligência e com essas funcionalidades/facilidades. Portanto, ele não é um software convencional que foi adaptado para você, em algumas situações, usar o seu mecanismo de linguagem natural. Ele nasceu para ser, primordialmente, um software baseado no processo de linguagem natural. 

“Não é nosso objetivo tirar a interface para fazer você interpretar as coisas. O foco é você interagir com o software da mesma forma que interage com outro ser humano. A questão é, realmente facilitar o acesso ao sistema”, esclarece o chief technology officer do Sienge.

Conclusão

Diante do atual cenário tecnológico podemos nos deparar com a inovação em toda a parte. A tecnologia tem causado uma verdadeira revolução em nossas vidas, e a coisa se dá de uma forma tão natural, tão cognitiva, que, muitas vezes, nem nos damos conta. 

Isso acontece à medida em que as necessidades/demandas vão surgindo e, como respostas, vão se criando soluções para resolvê-las. Vejamos algumas mudanças mundiais:

  • na fotografia, tivemos a evolução do rolo de filme, para as fotos digitais;
  • no ramo da alimentação surgiram aplicativos que nos entregam comida pronta no portão de casa;
  • no transporte, temos os aplicativos de viagens; 
  • e na construção civil essa revolução também já chegou! Com a utilização de inteligência artificial é possível automatizar os processos que, até então eram todos manuais. Processos que, antes demandavam uma equipe técnica grande, com muito tempo disponível, para desempenhar funções que, sem sombra de dúvidas podem ser mais ágeis, e que custem menos para a empresa.

Eis que a revolução na construção civil já está acontecendo. Você está preparado (a) para ela?