Perspectivas para 2018 de Aldo Dórea Mattos

Aldo Dórea Mattos

Escrito por Aldo Dórea Mattos

28 de dezembro 2017| 5 min. de leitura

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Os indicadores apontam para um 2018 melhor do que 2017. Entre tantos indicadores, um se destaca para mim por ser o mais fiel à realidade do mercado: a quantidade de notícias que recebo de colegas informando que conseguiram se reempregar ou se recolocar. 

Como sempre, vou fazer duas recomendações para o ano que se inicia. Não sei se o leitor vai concordar e se vai segui-las, mas é bom ficar atento.

1. Internalize-se nacionalmente

Ahn, como assim? Vou explicar. O Brasil, com o abalo que se abateu sobre o setor da construção, viu se desfazerem grandes empresas e surgir um vácuo. Eu não acredito que as médias construtoras e projetistas possam suprir essa lacuna a curto prazo. Foi o que disse em entrevista que concedi ao programa Jogo do Poder. 

O que constato, não sem certo ceticismo, é a maciça penetração de empresas e fundos de investimento estrangeiros no Brasil, seja adquirindo ativos de empresas destroçadas pelos escândalos recentes, seja pela conquista de concessões de serviços públicos (de saneamento, aeroportos, rodovias, linhas de transmissão etc.). 

Nesse sentido, minha dica é: se você aspira a trabalhar no exterior e ter uma carreira internacional — que nem sempre é glamourosa, devo alertar —, um bom começo pode ser se aproximar desses novos personagens e usar o Brasil como porta de entrada (e de saída) para futuramente ser encaixado em algum projeto fora. 

Essas empresas precisam de profissionais de todos os níveis de senioridade e conhecimento porque é difícil trabalhar no Brasil trazendo apenas gente de fora. O que eles buscam: quem tem um bom currículo e que fale em inglês. Você está esperando o quê?

2. Aposte em inovação 

Quando menciono o termo inovação, particularmente no âmbito da engenharia, meus interlocutores logo imaginam alguma solução tecnologicamente avançada. Ou seja, algo como um robô comandando um drone que traz um produto para um operário munido de óculos de realidade aumentada. Não é a isso que me refiro. Inovar, no contexto que eu emprego, é pensar de forma nova, não necessariamente envolvendo tecnologia de ponta. 

No excelente evento Construsummit, evento que o Buildin promoveu há um mês, pude ver como novas ideias surgem a partir da análise detida dos processos de uma empresa. 

Pense em sua construtora. Como ela compra? Tem muito estoque? Seu indireto é muito alto? Eu tenho certeza de que, se você promover uma sessão específica para analisar cada grande processo da empresa, envolvendo profissionais da construtora e consultores, várias ideias surgirão. 

Nossa maneira tradicional de pensar que numa obra todo mundo é “pago para trabalhar e não para ficar pensando” está ultrapassada.

Vou dar só um exemplo. A AG, grande construtora brasileira, vai construir uma enorme de linha de transmissão no norte do país. Uma das dificuldades é conseguir sinal de internet para transmissão de dados e comunicação. Todo mundo pensa logo em puxar extensas redes de fibra ótica etc. 

Pois não é que a AG convocou startups que trouxessem ideias? Uma delas bolou um sistema de dirigíveis que ficam pairando sobre a frente de serviço. Ao retransmitir o sinal para outros dirigíveis mais à frente, permitem a conexão. Eis um sistema mais inteligente, mais barato, mais rápido e reaproveitável. 

Isso só dá certo nas construtoras gigantes? Não, em qualquer uma há lugar para inovação, inclusive na sua. 

Conclusão

Por isso, minha dica é: busque novos estímulos para sua forma tradicional de pensar. Descubra o que é design thinking, por exemplo, e fique atento às próximas edições do Construsummit que o Buildin realizará em 2018 em várias cidades brasileiras.

Não deixe de ler a compilação de tendências da construção civil brasileira para 2018 preparada pelo Buildin especialmente para você!

E, se puder, leia o livro “Abundância”, de Peter Diamantis e Steven Kotler. 

Meus votos de FELIZ ANO NOVO e sucesso na profissão.