AS 5 ETAPAS DO PROCESSO DE DESIGN THINKING

Paulo Sérgio Ferreira de Oliveira

Escrito por Paulo Sérgio Ferreira de Oliveira

13 de outubro 2022| 9 min. de leitura

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AS 5 ETAPAS DO PROCESSO DE DESIGN THINKING

O que é Design Thinking?

O Design Thinking é uma metodologia de design útil para resolver problemas. Sejam eles complexos (“perversos”), mal definidos ou até mesmo desconhecidos. Essa tecnologia tem sido adotada em diversos segmentos, inclusive no setor da Engenharia civil. 

O Design thinking procura obter, ao longo do processo, insights. Estes podem revelar maneiras novas e inexploradas de enxergar os problemas e desenvolver soluções. Uma forma simples e eficaz de implementarmos o Desing Thinking obedece cinco etapas propostas por Rikke Dam e Teo Sian.

Mesmo mais sintético, este modelo atende os passos e requisitos de outros com mais etapas e atividades mais detalhadas. 

Fatores Críticos de Sucesso para o Design Thinking

São fatores críticos de sucesso para a metodologia:

  • Entender os requisitos e todas necessidades envolvidas;
  • Compreender o problema com foco no ser humano, sobretudo na visão do usuário do produto;
  • Desenvolver o trabalho em equipe multidisciplinar e de forma colaborativa. A ideia é explorar diferentes habilidades e estilos de pensamento de cada um dos componentes;
  • Incentivar a criatividade e apresentar o máximo possível de ideias em reuniões de brainstorming;
  • Adotar uma abordagem pragmática, utilizando protótipos e testes.
  • Não perder a perspectiva e sensibilidade em relação à viabilidade econômico-financeira das soluções antes de gastar tempo e recursos.

Etapas do Processo de Design Thinking

design thinking

Empatia

Na primeira etapa é preciso obter a compreensão, além de uma definição clara e abrangente do problema a ser resolvido. Para isso poderão ser demandados especialistas ou consultorias específicas. A finalidade é permitir um aprofundamento no problema dentro do ambiente físico e do contexto do mesmo. Ou seja, identificando as principais preocupações dos usuários.

Também é necessário explorar a observação e a empatia, entendendo as experiências pessoais e as motivações das pessoas envolvidas. O processo de Design Thinking precisa ser centrado no ser humano.

Os responsáveis pelo design deverão se despir de suas opiniões e suposições. Tudo para se concentrar na obtenção de informações dos usuários sobre suas expectativas e necessidades.

Definição dos Problemas

Durante esta etapa precisamos reunir e organizar todas as informações obtidas durante a etapa anterior. A próxima etapa é a observação e análise minuciosa dessas informações. Isso definirá clara e sucintamente os principais problemas identificados. Ou seja, através de uma declaração e definição dos problemas.

Esta definição dos problemas precisa ser feita segundo a ótica dos usuários. E não na perspectiva das necessidades da empresa e de seus executivos e designers. Isso ajudará os responsáveis pelo design na reformulação do problema ou desafio percebido. Com isso, obtendo perspectivas que permitem uma visão mais holística.

Esta etapa também é útil para a organização das melhores ideias. Ou seja, definindo recursos, funções e demais condições necessárias à resolução dos problemas. Daí, avançando para a terceira etapa. 

Idealização

Durante a terceira etapa do processo de Design Thinking, os designers estão prontos para começar a gerar ideias. Neste momento já entendemos as necessidades dos usuários na etapa de Empatia.

Bem como analisamos e sumarizamos as suas observações na etapa de Definição dos Problemas. Isso culminando com uma declaração e definição dos problemas, na perspectiva do usuário.

Com esse histórico podemos começar a “pensar fora da caixa”. Isso para identificarmos novas soluções para a declaração e definição dos problemas. Depois, procurando maneiras alternativas de visualizá-los.

Existem várias técnicas de Idealização. As sessões de brainstorm são usadas para estimular o pensamento livre e as divergências. Tudo para expandir o espaço do problema. Ou seja, adiando o julgamento. Além disso, criando espaço para o afloramento do maior número possível de ideias e pontos de vista.

Certamente poderemos escolher outras técnicas além do braimstorm. Há formas para ajudar na investigação e teste de ideias para encontrar a melhor maneira de resolver um determinado problema. Ou ao menos fornecer os elementos necessários para isso.

Protótipo

Nesta etapa a equipe de design produzirá os protótipos do produto ou de partes relevantes do mesmo, geralmente em escala reduzida. Isso é importante para testar as soluções para os problemas que foram gerados na etapa de Idealização.

Os protótipos podem ser testados pela própria equipe de design. Também é comum que sejam testados em outras áreas da empresa. Ou até mesmo por um pequeno grupo de pessoas externas.

O objetivo é definirmos a melhor solução possível para cada um dos problemas identificados durante as três primeiras etapas do Design Thinking.
As soluções implementadas nos protótipos são então avaliadas, rejeitadas, melhoradas, revisadas ou aprovadas. Sempre com base no resultado da experiência dos usuários.

Dessa maneira, no final desta etapa, a equipe terá uma ideia melhor das restrições ao produto e dos problemas existentes. Tudo de acordo com a perspectiva de como os usuários se comportariam, pensariam e sentiriam interagindo com o produto final.

Teste

Nesta etapa os designers ou especialistas e laboratórios contratados testam o desempenho produto final, de forma ampla e completa.

Após implementadas as melhores soluções identificadas durante a fase de prototipagem. Apesar de ser a etapa final, os resultados gerados durante a fase de teste ainda podem ser utilizados. Afinal, servirão para ajustes e implementação de melhorias no produto. 

Comentários e Conclusões acerca do design thinking

Resumidamente, o design thinking consiste em tentar mapear e mesclar a experiência cultural, a visão de mundo e os processos inseridos na vida dos indivíduos, no intuito de obter uma visão mais completa na solução de problemas e, dessa forma, melhor identificar as barreiras e gerar alternativas viáveis para transpô-las.

Não parte de premissas matemáticas, parte do levantamento das reais necessidades de seu consumidor; trata-se de uma abordagem preponderantemente “humana” e que pode ser usada em qualquer área de negócio.

Se for necessário poderemos repetir as várias etapas, revisitando o conteúdo já explorado. Devemos então redefinir o desafio à medida em que novos conhecimentos e insights são adquiridos. Até chegarmos a uma solução adequada, eficaz e viável.

Ao contrário do pensamento analítico, associado à “quebra” de ideias, o Design Thinking é um processo criativo baseado na “construção” de ideias. Então, os designers não fazem qualquer julgamento inicial sobre a qualidade das ideias. Assim, isso minimiza o medo dos participantes se exporem. Além disso, maximiza a quantidade de ideias nas fases de Idealização (brainstorming) e Protótipo.

O pensamento criativo é incentivado nos estágios preliminares do processo. Afinal, isso conduz a soluções que não surgiriam através de outras metodologias.

A compreensão desses cinco estágios do Design Thinking permite a qualquer profissional aplicar seus métodos. Afinal, o Design Thinking serve para resolver problemas complexos que ocorrem na rotina das empresas.

O artigo de Gerd Waloszek (2012) “Introduction to Design Thinking apresenta informações relevantes e abrangentes para quem quiser se aprofundar neste tema.