Imóveis Compactos ganham cada vez mais espaço na Construção Civil

Tomás Lima

Escrito por Tomás Lima

27 de julho 2018| 10 min. de leitura

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Imóveis Compactos ganham cada vez mais espaço na Construção Civil

A falta de tempo, o custo e a praticidade são algumas das razões que levam compradores a buscar imóveis cada vez menores.

Se você está construindo um empreendimento habitacional deve ter notado o quanto a quantidade de m² dos projetos tem diminuído. Isso porque uma onda de imóveis compactos tem ganhado cada vez mais força na Construção Civil brasileira e mundial.

O crescimento urbano e a densidade populacional estão dentre os principais desafios das grandes cidades. Por isso os imóveis compactos ganham força. Mas saiba que os clientes desses imóveis exigem que os empreendimentos ofereçam conforto, serviços e boa localização.

Mas por que isso vem acontecendo?

Já notamos que essa mudança vem acontecendo cada vez mais depressa! Para quem trabalha no setor, como você, é de extrema importância que entenda porque isso está ocorrendo. Mais do que isso, é preciso compreender como isso funciona e quais as vantagens e desvantagens.

E é sobre tudo isso que vamos falar hoje! Tudo para que você saiba tudo o que precisa sobre a nova tendência de imóveis compactos que está atingindo a Construção Civil.

Vamos começar?

O que são imóveis compactos?

A principal razão para a ascensão deste tipo de empreendimento se dá principalmente pela localização onde geralmente são construídos. Ou seja, pela comodidade e pelo novo perfil de consumidor de imóveis que tem crescido.

Estes tipos de imóveis são desenvolvidos para pessoas que privilegiam o conforto e a praticidade. Assim, atende principalmente a solteiros, divorciados ou casais. Os imóveis compactos foram e são pensados para quem não precisa de muito espaço.

O que estamos observando é uma acentuada mudança no conceito de moradia. Cada vez mais as pessoas não priorizam espaço. Elas passaram a priorizar morar em regiões centrais. Isso significa estar mais perto do trabalho!

No entanto, nessas localizações os terrenos custam mais caro do que em regiões afastadas. A solução para isso tem sido conceber imóveis compactos, com metragens de 40, 30 ou até mesmo 25 metros quadrados.

Parece improvável que alguém queira morar em um imóvel tão pequeno, não é?

No entanto, de acordo com dados de 2017 obtidos pelo Secovi-SP, os apartamentos com menos de 45 m² já são 42,6% das unidades lançados só na capital paulista. Dentre o universo das unidades vendidas, os imóveis compactos representam 36,8% do total.

Os número impressionam ainda mais quando comparados aos dados do ano anterior.

Em 2016, os imóveis compactos representavam apenas 30% dos lançamentos. Um crescimento de quase 50% entre os anos de 2016 e 2017.

No mesmo ano, a incorporadora Vitacon anunciou a construção de um empreendimento com os menores apartamentos da América Latina. Neste novo projeto cada unidade terá apenas 14m² e custará a partir de R$ 99 mil.

Os apartamentos concebidos com base nesta nova tendência atendem também por outro nome. São os chamados studios. Trata-se de apartamentos pequenos e sem divisórias entre quarto, sala e cozinha.

Alguns dos motivos, além dos que citamos acima, que reforma essa mudança no mercado imobiliário, são:

  • Aumento no número de pessoas que moram sozinhas;
  • Moradia em bairros mais valorizados;
  • Rentabilidade do aluguel;
  • Incorporadoras e construtoras podem vender mais unidades por lançamento.

Além disso, um fator determinante nessa mudança é a alta dos preços. Nos últimos três anos o preço dos imóveis subiu 110%. No mesmo período, a renda das pessoas cresceu apenas 26%.

Logo, a conta é bem simples de ser feita! Antes, quem conseguia comprar um apartamento de 122 m² agora só compra um de 78 m² com a mesma capacidade financeira.

Talvez nesse ponto você esteja se perguntando:

Quais as vantagens dos imóveis compactos?

Por um lado, os investidores não têm do que reclamar. Para eles, parece que quanto menor, melhor. Um bom exemplo dessa afirmação é um compacto de 42 m² lançado na região da Avenida Paulista, em São Paulo. Vendido por um valor de R$ 500 mil, o aluguel deste imóvel rende ao proprietário cerca de R$ 3,8 mil por mês pelo aluguel.

Como dissemos acima, um dos fatores citados como dentre os mais favoráveis para quem procura um apartamento compacto está a localização. Especialmente em grandes centros  há cada vez mais pessoas que privilegiam morar em regiões com mais oferta de serviços. Mais que comodidade de ter comércio e serviços nas proximidades da residência, essas pessoas não querem mais perder tempo.

Ao optar por imóveis compactos elas escapam do trânsito cada vez mais intenso. Logo, facilmente deixam de gastar mais de duas horas em cada uma das locomoções necessárias para quem mora na periferia

Assim, por trás da nova tendência de imóveis compactos está uma preocupação crescente com a mobilidade urbana dos grandes centros. Tanto é que 61% das pessoas interessadas em adquirir imóveis compactos tem interesse de morar no local. O investimento é foco de apenas 32% das pessoas que demonstraram interesse em imóveis compactos.

Podemos listar algumas das vantagens dos imóveis compactos:

  1. Serviços mais perto de casa: em geral, imóveis compactos estão localizados próximo a infraestrutura de mobilidade urbana, como grandes avenidas, terminais ou estações de metrô. Consequentemente, devido ao fluxo de pessoas elevado, estes locais também concentram boa oferta de serviços e comércio;
  2. Facilidade de limpeza e decoração: a opção por um imóvel compacto está, em geral, ligada a busca por praticidade como um todo. Assim, faz sentido pensar que pessoas que moram em imóveis compactos não querem perder tempo com limpeza ou mesmo com a decoração do espaço. As dimensões reduzidas destes imóveis facilitam também estes aspectos;
  3. Economia nos custos mensais: o IPTU de um imóvel é calculado também com base em sua área. Logo, imóveis compactos tendem a ter IPTUs comparativamente menores. Outros custos associados ao tamanho do imóvel também são reduzidos, como energia elétrica para climatização;
  4. Mais lazer: a concepção de imóveis compactos está, geralmente, associada à oferta de serviços dentro do próprio condomínio. Dentre eles, academia e lazer.

Como podemos ver, são muitas as vantagens associadas ao uso de imóveis compactos, concorda? No entanto, não podemos deixar de pontuar alguns itens que merecem atenção!

Pontos de atenção para imóveis compactos

A redução de metragem dos imóveis compactos acarreta em algumas consequências. O principal motivo é que não existe milagre. Isso significa que para viabilizar a implantação de uma residência num espaço menor é preciso otimizar o uso do espaço.

Logo, é preciso tirar de casa algumas coisas que historicamente ficam dentro de casa. Um exemplo? Lavanderia.

Pense num apartamento convencional. Uma lavanderia pequena tem, pelo menos, 2 m². Parece pouco num apartamento de 70 m², mas é um espaço valioso quando falamos de unidades com 20 m², concorda?

Na nova concepção de economia compartilhada as pessoas continuam precisando lavar roupas. O que não precisam é possuir uma máquina de lavar. Logo, esse tipo de serviço é, em geral, centralizado nos condomínios de imóveis compactos. Os condôminos pagam por uso sem precisar pagar pelo espaço dentro do apartamento.

O mesmo vale para espaços dedicados a oficina ou home office, por exemplo. É cada vez mais comum que a oferta de imóveis compactos venha acompanhada desse tipo de infraestrutura operacional.

Além disso, para ser funcional um imóvel compacto demanda obrigatoriamente soluções personalizadas de decoração. Isso inclui um mobiliário inteligente, flexível e multifuncional.

imóveis compactos

Resumindo

A onda de imóveis compactos não é decorrente apenas de uma imposição de mercado. Ou seja, não é fruto da intenção de incorporadoras e construtoras economizarem com espaço.

Os imóveis compactos fazem parte de todo um novo contexto econômico. Ao optar por um apartamento com 20 m², por exemplo, uma pessoa está indicando a adoção de um novo estilo de vida.

Ao habitar um apartamento de dimensões reduzidas as pessoas tendem a passar mais tempo fora de casa. Ou seja, mais tempo na academia, em espaços de trabalho compartilhado e com terceirização de serviços.

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